A diabetes gestacional é uma condição metabólica exclusiva da gravidez que deve ser levada a sério, para que não cause riscos à mãe e ao bebê.
Causas
A diabetes gestacional é definida pelo aumento da resistência insulínica, causada pelos hormônios gestacionais. Isso gera a hiperglicemia, que é o açúcar exagerado no sangue. “Ele ocorre porque, na gravidez, existe o aumento de vários hormônios, que são produzidos pela placenta, dificultando a ação da insulina. Com essa resistência, ocorre uma elevação da glicose, especialmente a partir do segundo ou terceiro semestre da gravidez”, pontuou Aline Lopes, endocrinologista e professora da Fits-PE. Existem alguns fatores de risco que podem causar a diabetes gestacional, como sobrepeso/obesidade antes ou durante a gestação, síndrome dos ovários policísticos (SOP), uso de medicamentos hiperglicemiantes, hipertensão arterial sistêmica e hipertrigliceridemia. “O diagnóstico é realizado a partir de exames de sangue”, explicou.
Sintomas
A professora explica ainda que, quando a diabetes está muito descompensada, é normal que a grávida tenha sintomas: “excesso de sede, urinar em excesso, muita fome e perda de peso são os principais sintomas, principalmente em mulheres com valores mais altos de glicose, que podem ser encontrados em grávidas que já eram portadoras de diabetes antes da gestação”, enfatiza Aline.
Tratamento
Os tratamentos da diabetes gestacional envolvem alimentação, medicamentos e prática de atividades físicas. “As mulheres que desenvolvem a condição devem ser orientadas a realizar dieta, exercícios físicos conforme a indicação médica e acompanhamento dos valores de glicose, como a aferição da glicose na ponta do dedo regularmente”, orientou a endocrinologista. Após 14 dias, a gestante precisa voltar ao médico para ver se houve uma melhora no quadro e valores da glicose, e caso os resultados não sejam satisfatórios, o tratamento medicamentoso, com a insulina, é indicado. “A importância de tratar a diabetes gestacional é evitar problemas para a criança, como macrossomia, quando o bebê nasce com mais de 4kg e má formação congênita. O objetivo também é diminuir riscos para a gravidez, já que a doença pode causar distócia de ombro e excesso de líquido amniótico”, salientou a endocrinologista.
Prevenção
Para prevenir, a gestante precisa ter uma alimentação rica em nutrientes, controlar o peso, fazer exercícios físicos e manter os exames atualizados. “A paciente deve ser orientada a limitar o ganho de peso, ter o acompanhamento frequente dos valores de glicemia, exames laboratoriais e consultas médicas regulares. Outra recomendação que é muito importante para a paciente que já era portadora de diabetes e quer engravidar, é estar em dia com os exames de olho, pois existe uma complicação da diabetes, chamada de retinopatia diabética, que pode progredir mais rápido na gravidez”, finalizou Aline Lopes.