Existe uma grande probabilidade de você já ter escutado alguma expressão que o fez sentir como se estivesse recebendo uma forma sutil de preconceito ou estereótipo? Como se alguém tivesse dito ou feito algo que fez você se sentir indesejado ou julgado por causa de sua etnia, gênero, orientação sexual ou outra característica relacionada a um grupo marginalizado? Ou pode ter acontecido de até mesmo você ter feito outra pessoa se sentir assim, não é mesmo?
“Só podia ser mulher”, “você tá surdo?”, “Você é trans? Qual é o seu nome verdadeiro?”, “Ela é uma negra bonita”, “seu sotaque é engraçado”, “é gay, mas nem parece”, “você já passou da idade para isso”. Essas e muitas outras frases são exemplos de “brincadeiras inocentes” que podem ser ditas com ou sem a intenção de magoar, pois foram naturalizadas em nossa sociedade. E é o que chamamos de microagressão.
No ambiente de trabalho, a microagressão pode acontecer com frequência e tem um efeito negativo na saúde mental e psicológica das pessoas, fazendo com que elas tenham um desempenho menor no ambiente de trabalho, menos engajamento e menos confiança em si mesmas. Podendo ocasionar, inclusive, o afastamento das vítimas do mercado de trabalho.
O caráter implícito das microagressões faz com que seja muito mais difícil denunciá-las ou responder imediatamente quando aparecem. Mas é importante ressaltar que elas não deixam de ser prejudiciais e precisam ser combatidas. Então o que fazer na prática?
O erro mais comum é achar que não podemos ter atitudes preconceituosas. Por isso, se alguém não está ciente de como suas palavras ou comportamentos estão afetando você, deixá-lo saber é o primeiro passo para mostrá-lo que suas ações afetam outras pessoas.
Além disso, buscar conhecimento é imprescindível no reconhecimento desses preconceitos. Estudar o tema, buscar ajuda para entender mais sobre o assunto e conhecer os canais de denúncias disponíveis no seu ambiente são algumas possibilidades. E a internet pode ser uma grande aliada nesse processo, devido a sua variedade de conteúdos.
Portanto, para combater esse problema, é necessário parar de negá-lo e admitir que ele existe. Só assim será possível propor verdadeiras mudanças em nós e nas outras pessoas.