Ele está presente em bolos, bombons, biscoitos. Pode ser meio amargo, ao leite, crocante. De todas as formas, é consenso que o chocolate é um alimento delicioso e viciante. A iguaria é tão famosa que tem seu dia oficial e mundial, comemorado nesta quarta (7), e ainda aparece como tema de música, como Chocolate, do Tim Maia, em novelas brasileiras, como Chocolate com Pimenta, e até em filmes de Hollywood, como Chocolate, estrelado pelo ator americano Johnny Depp. Então, não é errado dizer que ele vai além de um gosto bom. E, segundo pesquisas da Universidade de Queensland, na Austrália, os efeitos são tão intensos que provocam sensações de prazer e alegria.
Os estudos revelaram que o chocolate é capaz de gerar vício, criando um ciclo no qual o corpo humano “pede” pelo doce, capaz de desencadear um prazer momentâneo. O cérebro libera opioides – substâncias químicas naturais que dão sensação de prazer -, e com o efeito tão bom, o vício é estabelecido. O alimento atua na região central do cérebro, nos neurônios, onde acontece o controle da dopamina, neurotransmissor responsável pela sensação de prazer.
Memória afetiva
E não para por aí: o chocolate também traz uma memória afetiva, já que o sabor pode estar associado a sensações boas e lembranças agradáveis – um bolo de chocolate na casa da avó ou um aniversário na infância, por exemplo. Várias pesquisas científicas já comprovaram que o alimento proporciona prazer afetivo, influenciando no estado psicológico, além do cognitivo, do cérebro. Por isso, a baixa de serotonina, dopamina ou a falta dessas substâncias no sangue causam saudade e dependência do doce. Rico em alcaloides, estimulantes, feniletilamina (ativador da dopamina), teobromina, flavonoides, triptofano e magnésio – os dois últimos estimulantes da endorfina e serotonina -, o chocolate ainda é capaz de acalmar, além de melhorar o humor e aliviar sintomas da depressão e da ansiedade.
Apesar de todos os benefícios sensoriais positivos, o chocolate deve ser consumido com cuidado – ele pode causar aumento na taxa de açúcar do sangue e quadros de dor abdominal. Por outro lado, o meio amargo pode melhorar a função cerebral, diminuir a pressão arterial e aumentar o colesterol bom HDL. Por isso, a regra é saber escolher o tipo certo e não abusar – comer um quadradinho de chocolate amargo ou meio amargo por dia, cerca de 6g, é a dica. Mas dá para abrir uma exceção para comemorar o Dia do Chocolate.