Um dos maiores acidentes radiológicos do mundo completou neste ano 30 anos. O caso “Césio-137” tomou as manchetes do noticiário quando dois catadores de recicláveis de Goiânia, em Goiás, acharam um aparelho de radioterapia abandonado, desmontaram e o venderam a um ferro-velho da cidade.
Eles não tinham noção que o pó azul altamente radioativo, que ficava no equipamento, causaria quatro mortes e contaminaria pelo menos mais de 240 pessoas.
Para lembrar a data e a importância dos procedimentos de segurança envolvendo material radiológico, que a graduação em Radiologia, da UNIT, convidou o Dr. Roberto Salvi, único pernambucano a atuar na equipe de descontaminação da área que sofreu o acidente na cidade goiana.
A iniciativa organizada em parceria com a Liga Acadêmica de Imagenologia Médica – LARIME, promoveu um debate para abordar o tema através do testemunho de um dos profissionais mais renomados da área.
Ex-diretor do Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste (CRCN/NE), Roberto Salvi abordou o cenário “catastrófico” encontrado após o acidente, enfatizando todo o processo de descontaminação da área e o acondicionamento do rejeito radioativo, “no local encontramos cerca de 19g de cloreto de Césio-137, que originaram aproximadamente 6 mil toneladas de lixo radioativo”, ressaltou.
“O pior do acidente não foi o dano causado pela contaminação, mas todo o preconceito e discriminação enfrentados pelas vítimas, que não tiveram culpa alguma pelo acidente”, finalizou.