*Do Guia do Estudante
Durante seus estudos, já aconteceu de você ler e reler um texto várias vezes e ainda assim não entender NADA? Se sim, pode ser frustrante, mas fique tranquilo: você definitivamente não é o único. Isso acontece porque, para realmente aprender uma matéria, não basta passar os olhos por páginas e mais páginas de texto.
É preciso interagir com o que se lê.
Ao ler da forma certa, você pode absorver mais e melhores informações do material, bem como reter seus novos conhecimentos por mais tempo. Além disso, uma leitura dedicada provavelmente vai ser um pouco mais demorada do que simplesmente passar os olhos por uma página e sublinhar várias linhas, mas esse tempo é melhor aproveitado e diminuirá sua necessidade de ficar relendo o material depois. Seria seu sonho? Então vamos às dicas práticas – que foram fornecidas originalmente pela Universidade Harvard para seus alunos (ou seja, gente com muita coisa para estudar em um lugar com um nível de exigência altíssimo).
Dê uma olhada geral no texto antes de começar a ler
E não estamos falando daquela folheada que costumamos dar em um texto para descobrir quão grande ele é e prever o tamanho do sofrimento quanto tempo vamos demorar para ler tudo. A ideia, aqui, é obter informações que nos ajudarão a saber o que esperar da leitura – e isso nos permitirá ler com o foco certo, julgar se realmente compreendemos tudo e buscar o entendimento que ficou faltando, se for o caso.
Para isso, antes da leitura, procure responder estas perguntas (se puder fazer anotações para se lembrar das respostas, melhor ainda):
– O material contém um resumo, um prefácio, notas introdutórias ou coisas do tipo? O que elas sugerem sobre o conteúdo?
– O texto foi escrito por um autor conhecido? O que você sabe sobre ele e sobre o contexto em que o material foi feito?
– De que tipo de texto se trata e que tipo de linguagem ele usa? É um artigo de opinião escrito de maneira formal? É um texto de um livro didático? Que objetivos você consegue identificar para esse material a partir do seu formato? Um artigo de opinião, por exemplo, visa convencer o leitor a respeito de algum tema. Um livro didático tem o objetivo de apresentar e explicar um assunto.
– Como o texto está organizado? Ele está dividido em seções, capítulos, tópicos? Os parágrafos são grandes ou pequenos? Há ilustrações, fotos ou infográficos? Como todas as partes e elementos desse material poderão guiar você pela linha de raciocínio apresentada?
Prepare-se para fazer anotações úteis
Geralmente, fazemos anotações e marcações no texto pensando em como elas nos ajudarão a memorizar o conteúdo. Mas nossa intenção deveria ser dialogar com o autor e as ideias apresentadas. E também dialogar com nós mesmos à medida que fazemos a leitura, registrando as questões que vêm à nossa cabeça e as coisas que achamos interessantes, importantes e até confusas ou duvidosas ao longo do texto.
Isso ajudará a ativar nosso raciocínio e manter nossa atenção naquilo que estamos lendo, o que é muito mais eficiente para que realmente aprendamos a matéria (e nos lembremos dela depois) do que se estivéssemos simplesmente recebendo passivamente as informações. Para conseguir fazer isso, você pode tentar seguir estas dicas:
Aposente seu marca-texto
A menos que tenha um método e consiga lembrar depois por que aqueles trechos são importantes, marcar os textos de amarelo brilhante pode acabar distraindo você e dificultando a compreensão posterior caso queira fazer uma segunda leitura. Uma caneta ou lápis podem ser uma alternativa mais amigável para destacar pontos importantes e ainda assim não deixar suas páginas uma bagunça indecifrável.
Faça anotações nas margens do seu texto ou em post-its colados nelas
Use as margens das folhas para fazer anotações que ajudem você a se lembrar de pontos importantes do texto, questões ou ideias que lhe surgirem e conexões entre o que está lendo e discussões ocorridas na sala de aula. Se preferir, use post-its e cole-os ao longo do texto. Isso o ajudará a se manter atento ao que está lendo – e ao objetivo da leitura. E fará maravilhas pela sua memória caso você queira revisar o conteúdo depois!
Desenvolva seu próprio sistema de símbolos e marcações
Simplesmente grifar ou circular algumas palavras sem um critério específico pode não ser de grande ajuda – assim como encher suas páginas de texto com mais texto ainda. Para manter um equilíbrio, pode ser útil desenvolver um pequeno código que dê agilidade à sua leitura conforme as ideias forem aparecendo. Por exemplo, um asterisco (*) pode indicar uma ideia-chave contida no texto; um ponto de exclamação (!) pode indicar algo surpreendente ou bizarro; uma interrogação (?) pode indicar um ponto que precisa ser perguntado ao seu professor e assim por diante.
Faça perguntas ao texto
Ao contrário do que possa parecer, ter perguntas sobre um determinado assunto não é sinal de que você não entendeu nada. É sinal de que você está em vias de conhecê-lo melhor – e isso é ótimo. Quando iniciamos uma leitura (e mesmo quando assistimos a um vídeo ou participamos de uma aula) com o objetivo de responder a determinadas perguntas, conseguimos um foco maior e nos tornamos mais ativos em relação à construção do nosso próprio conhecimento.
Adquira o hábito de criar e anotar questões a respeito daquilo que você lê e ouve. Um texto pode sempre levantar aquelas questões prévias: Por que me pediram para ler este material? O que devo aprender dele? Por que esse aprendizado é importante? Qual é a grande questão sendo abordada neste texto? Que visão o autor quer passar em relação a ela? Que argumentos e fatos ele está usando para me convencer disso?
À medida que sua leitura avança, esforce-se para criar questões mais específicas – cujas respostas podem ou não estar no texto. Escreva essas perguntas na margem do texto, em um post-it, um caderno ou onde achar melhor e volte a elas mais tarde. Ter essas perguntas em aberto o ajudará a manter o tema em mente por mais tempo. Depois, você poderá pedir a ajuda do professor ou de seus colegas para respondê-las, ou fazer isso sozinho, após ter mais um tempo para digerir o que leu.