Projetada entre os anos de 1934 e 1935, a Praça de Casa Forte representa o pioneirismo do paisagismo enquanto profissão no Brasil. O paisagista e artista Roberto Burle Marx foi o responsável por idealizar a praça, no pátio da Igreja Matriz de Casa Forte, sendo o primeiro projeto de jardim público assinado por ele. O projeto contou com certa influência de jardins franceses, mas com o uso de plantas nacionais, além de dois espelhos d’água retangulares e um central em formato circular. Hoje, a área de lazer tem uma importância cultural, tendo sido palco de mais de 40 edições da Festa da Vitória Régia.
A Igreja Matriz de Casa Forte foi construída nas edificações do antigo engenho Casa Forte, que recebeu esse nome depois da guerra contra os holandeses, em 1645. Em 1810, o lugar foi comprado pelo Padre Roma, um dos líderes da Revolução Pernambucana de 1817, e, em 1911, foi reformado e se tornou a Igreja Matriz. Por intervenção do então prefeito Antônio de Góes, o pátio da igreja foi revitalizado em 1933 e, depois, recebeu o projeto de Burle Marx.
Na época, Burle Marx trabalhava como diretor de Parques e Recreação da prefeitura. Durante sua trajetória, o paisagista viajou por diversos biomas brasileiros, coletando espécies vegetais. A partir daí, houve a experimentação de plantas originárias de partes específicas do país. Foram utilizadas no jardim público plantas da Floresta Amazônica e também da Mata Atlântica, além de outras espécies exóticas. Um dos espelhos d’água é dedicado à flora sul-americana, com plantas de rios e açudes, e o outro à flora aquática das regiões tropicais de outros continentes.
Festa da Vitória Régia
A Festa da Vitória Régia acontece todos os anos, desde 1978, na Praça de Casa Forte. A iniciativa foi pensada pelo Padre Edwaldo Gomes, com o objetivo de arrecadar fundos para os projetos sociais da Paróquia de Casa Forte. A festa, cuja 46ª edição começa no dia 8 de novembro, reúne uma multidão para celebrar a cultura e a solidariedade, com uma programação que conta com shows, gastronomia, atividades infantis e economia criativa. Ao longo dos anos, o evento se tornou uma das principais atrações culturais do Recife. Em 2023, a Festa foi considerada Patrimônio Cultural Imaterial do Recife.