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Mestre Vitalino e sua importância para a arte popular

O ceramista pernambucano teve grande influência em Caruaru, no Brasil e no mundo

às 15h21
Foto: Pierre Verger (site Templo Cultural Delfos)
Foto: Pierre Verger (site Templo Cultural Delfos)
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Mestre Vitalino, nascido Vitalino Pereira dos Santos, foi um dos principais artistas brasileiros, tendo influenciado toda uma geração de artesãos e conquistado o público internacional. O ceramista pernambucano nasceu no ano de 1909, em Caruaru, onde sua fama e notoriedade foram essenciais para o desenvolvimento da população local. Em suas obras, Mestre Vitalino representava o dia a dia da vida rural e também urbana, com representações do cotidiano e do imaginário popular.

Início da trajetória

Vitalino começou a trabalhar com o barro ainda na infância, quando aproveitava as sobras do utilizado pela sua mãe, que vendia utensílios domésticos na Feira de Caruaru. Nessa época, o jovem ceramista modelava pequenos animais do seu convívio, como bois e cavalos. Já nos anos 1920, Vitalino cria a banda Zabumba Vitalino, da qual era tocador de pífano. 

Na década de 1930, no entanto, volta a trabalhar com o barro, muito influenciado pelo cenário de crime no interior nordestino daquele tempo. Foi nesse período que surgiram cenas que remetiam à polícia, ladrões de animais, soldados, e também às figuras de cangaceiros como Lampião, Maria Bonita e Corisco. Esses temas passaram a ser bastante recorrentes na obra de Mestre Vitalino.

Reconhecimento

A fama chegou na década seguinte, quando apresentou suas obras na 1ª Exposição de Cerâmica Pernambucana, organizada pelo desenhista e educador recifense Augusto Rodrigues, no Rio de Janeiro. A partir daí, passou a ser conhecido nacionalmente. No fim da década de 1940, mudou-se para o povoado do Alto do Moura, em Caruaru. Com sua notoriedade, Vitalino transformou o cenário do povoado, permitindo a muitas famílias do povoado viver do artesanato. 

No âmbito internacional, o reconhecimento de Mestre Vitalino veio com a exposição “Arte Primitiva e Moderna”, realizada em 1955, em Neuchâtel, na Suíça. Hoje, graças à influência de Mestre Vitalino, o Alto do Moura tornou-se referência nacional na produção de cerâmica, além de ser reconhecido pela UNESCO como o maior centro de arte figurativa das Américas.

Obras de Vitalino atualmente

Em 1971, oito anos depois da morte do Mestre, a humilde residência em que ele viveu seus últimos anos no Alto do Moura foi transformada na Casa Museu Mestre Vitalino, onde estão expostos utensílios pessoais do artista, fotos da família, móveis, dentre outros. Além disso, obras de Vitalino também estão expostas na Casa do Pontal e na Chácara do Céu, no Rio de Janeiro, e no Acervo Museológico da Universidade Federal de Pernambuco, no Recife. Também é possível encontrar peças do ceramista caruaruense no Museu de Arte Popular de Viena, na Áustria, e no Museu do Louvre, em Paris.

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