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Aprender a manejar as emoções é importante para a qualidade de vida

Tema será discutido no Masterclass da Unit-PE

às 17h14
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As emoções desempenham um papel central no bem-estar mental de cada indivíduo e podem ser entendidas como um fenômeno multifacetado. Ou seja, apresentam diferentes dimensões. “As emoções são biológicas, porque são inatas, processadas por uma parte específica do cérebro, o chamado sistema límbico, e se conectam às nossas aprendizagens culturais e sociais. Além disso, também são subjetivas e atravessadas por nossas experiências pessoais e, por isso, cada indivíduo percebe e lida de modo único com as situações cotidianas”, explica Déborah Capozzoli, professora de Psicologia do Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE) — localizado na Imbiribeira, ao lado do Geraldão.

O tema será tratado no minicurso “Compreendendo as Emoções: As contribuições da Psicologia” na Unit-PE, no dia 19 de julho. A palestra, que será conduzida pela própria Déborah Capozzoli, terá início às 8h e vai até as 12h. A explanação faz parte do Masterclass, projeto de formação continuada de realização da instituição de ensino e que conta com aulas abertas ao público. É possível conferir a programação completa e se inscrever no site: https://www.unit.br/masterclass-unit-pe-2024.

Classificação

A especialista divide as emoções em dois grupos, as primárias (emoções básicas, como medo, raiva, tristeza) e as secundárias (relacionadas à cultura e ao contexto social, como vergonha e culpa). Mas ela adianta que nenhuma delas deve ser considerada negativa e que todas têm funções importantes. “A questão central é como gerenciamos as emoções no cotidiano, como as experienciamos e o que fazemos para lidar com as suas reverberações no dia a dia. As influências negativas das emoções podem estar relacionadas à maneira como permitimos que elas nos afetem, em parte devido à falta de habilidade em reconhecê-las e manejá-las”, detalha.

Gerenciamento das emoções

Como exemplo, a professora menciona o filme “Divertida Mente 2”, lançado recentemente nos cinemas. “Podemos observar na animação como a Tristeza também desempenha um papel específico na forma como a personagem Riley reage às situações cotidianas. Mesmo quando a Alegria tenta dominar e barrá-la, a Tristeza precisa ser experimentada, além de uma não existir sem a outra”, pontua. No primeiro filme da franquia, a Alegria questiona a relevância da Tristeza, que acaba por comprovar seu valor. Já na continuação, é mostrado que a Tristeza foi aceita como uma emoção que precisa ser sentida.

Com o gerenciamento adequado das emoções, Déborah afirma que o indivíduo consegue alcançar a chamada inteligência emocional, a qual diz respeito à capacidade de acolher, compreender, aceitar e manejar os sentimentos. “Quando temos dificuldades em lidar com nossas emoções ou processá-las adequadamente, podemos nos deparar com um processo de desregulação emocional, que pode se manifestar através de uma intensificação exagerada das emoções quanto a uma redução na intensidade emocional”, esclarece. A psicóloga diz ainda que, com o tempo, isso pode impactar na qualidade de vida e contribuir para condições graves como depressão ou uso de substâncias, como álcool e outras drogas.

Como desenvolver inteligência emocional

“O autoconhecimento é um dos principais pilares da inteligência emocional e refere-se à habilidade de compreender a si mesmo através da descoberta constante das próprias qualidades, potencialidades, pontos fortes e vulneráveis que necessitam ser trabalhados. É também possível compreender questões que se referem à autoconsciência e suas relações com a autoestima, empatia, interações sociais benéficas, entre outros aspectos”, aponta Déborah. Ela acrescenta que esse é um trabalho que requer um esforço contínuo e que depende de fatores pessoais e circunstanciais. “Inúmeros benefícios são observados, desde a vida pessoal à carreira profissional”.

Para conseguir um bom nível de autoconhecimento, a especialista cita a psicoterapia como a melhor forma, independentemente da abordagem utilizada. “É um processo em que podem emergir compreensões fundamentais para melhorar nossas relações conosco mesmos, com os outros e com o mundo em que somos lançados. Além disso, também torna-se possível enfrentar sofrimentos existenciais e explorar seus verdadeiros desejos, valores e medos, viabilizando o reconhecimento da liberdade e responsabilidade, que pode resultar em uma existência mais significativa e autêntica”, defende Déborah.

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