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Festas de São João aumentam os casos de queimaduras

Especialista explica os tipos e dá dicas de como se proteger

às 15h17
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Uma estimativa da Revista Brasileira de Queimaduras indica que cerca de 1 milhão de acidentes com queimaduras acontecem por ano no Brasil. No mês de junho, as festas de São João vêm acompanhadas de fogueiras e fogos de artifício. Caso não haja o cuidado devido, acidentes deste tipo podem acontecer, gerando uma alta no número de queimados nessa época do ano. Em Pernambuco, o Corpo de Bombeiros Militar fez um levantamento que indicou que um em cada quatro casos de queimadura nos anos de 2022 e 2023 aconteceram nos festejos de São João.

Classificação

Queimaduras são lesões na pele causadas principalmente pelo calor, mas também podem ser provocadas por frio, eletricidade, radiação, produtos químicos e até mesmo por ficção, e podem atingir a pele de maneira superficial ou chegar às camadas mais profundas. “As queimaduras de 1º grau atingem a camada mais superficial da pele, a lesão é vermelha, quente e dolorosa; as de 2º grau superficiais são as que geram bolhas e muita dor; já as de 2º grau profundas são menos dolorosas, e a base da bolha é branca e seca; as de 3º grau são indolores, acometem todas as camadas da pele e podem chegar até aos ossos e gerar sérias deformidades”, explica Tatiana de Paula, professora de Medicina da Faculdade Tiradentes (Fits), localizada em Goiana.

Tratamento

A primeira medida a ser tomada em casos de acidentes com queimaduras, de acordo com Tatiana, é lavar a região afetada em água fria até que a dor desapareça. “Esse é o melhor tratamento de urgência da queimadura até que se procure atendimento médico”, acrescenta. A especialista cita algumas situações em que é necessária procura por uma urgência hospitalar, como a extensão e a profundidade da ferida. “É necessário buscar um médico se a queimadura for de 2º ou 3º grau ou se a área queimada for grande, mesmo que não pareça grave. Também se a lesão for provocada por fogo, eletricidade ou substância química, ou caso seja no rosto, couro cabeludo, articulações ou genitais. Ou então se a queimadura parecer infectada, ou seja, inchada, com pus, ou roxa”, alerta Tatiana.

As queimaduras de 1º grau, em geral, são tratadas com vaselina líquida, para hidratar a região, e analgésicos, se necessário. As bolhas das de 2º grau superficiais precisam ser drenadas por um médico, mas não retiradas, já que servem como um curativo. Depois, a ferida é limpa com água e antisséptico, e é feito um curativo. Após a cicatrização, usa-se filtro solar, assim como nas de 1º grau. Com as de 2º grau profundas e as de 3º, é necessário internamento, pois ocorre desequilíbrio de sais minerais e desidratação. Muitas vezes, também é preciso realizar limpeza do local, enxertos e retirada de tecidos necrosados.

Prevenção

“Os fogos de artifício, se manuseados de forma incorreta, podem causar queimaduras, além de mutilações nos dedos e machucados nos olhos”, defende a professora. Por isso, ela diz que a prevenção é importante, principalmente próximo a fogueiras, mantendo uma distância segura. “Não deixar crianças, idosos e pessoas mais vulneráveis nesses ambientes sozinhas. É preciso ter muito cuidado com a aproximação do fogo, principalmente com crianças pequenas, que não conseguem ter dimensão do perigo”, afirma. Ao soltar fogos, Tatiana indica seguir as instruções dos fabricantes e tomar cuidado com o local. “Procurar ambientes adequados para soltura, longe de fios, tecidos, árvores etc.”, aconselha.

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