O Projeto Brincarolando surgiu em 2016, fruto de uma ideia da professora Andréa Rosane com alunos dos cursos de saúde: Fisioterapia, Enfermagem e Odontologia. A professora é coordenadora do curso de Enfermagem do Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE) — localizado na Imbiribeira, ao lado do Geraldão — e orientadora do trabalho. A intenção do projeto é desenvolver habilidades comportamentais nos estudantes, para uma formação mais completa. “A gente tenta desenvolver as soft skills necessárias para o trabalho do futuro profissional. Então, ensinamos a trabalhar de forma humanizada, a interação com o outro. O mais importante é eles aprenderem a interação com o outro. É bom para o futuro profissional até perder o medo de estar no ambiente hospitalar”, detalha Andréa.
O projeto abarca todos os cursos de saúde da Unit-PE, mas, à medida que os alunos finalizam a graduação, novos grupos são formados. Por isso, atualmente o grupo é composto apenas por estudantes do curso de Enfermagem. “Vários alunos já passaram por esse projeto, quase 100 alunos. É um projeto que normalmente tem de 15 a 20 alunos participando”, explica Andréa.
Atualmente, o Brincarolando continuará suas atuações no Hospital São Marcos, que também conta com outras atividades, como musicoterapia. Antes da pandemia, no entanto, o grupo realizava suas ações no Hemope. “O único momento em que a gente deu uma parada foi na pandemia, por conta da restrição de acesso e protocolos relacionados à COVID-19. Nesse momento, a gente precisou dar uma parada no projeto, e agora retomamos as nossas atividades”, contou Andréa.
Benefícios
A coordenadora também explica que as atividades do Brincarolando não se propõem a levar o riso, especificamente, para os pacientes. “Uma das principais atividades do projeto é atuar de forma a levar o lúdico, não o engraçado. A palhaçoterapia não leva o riso, na verdade o palhaço leva à interação, e a partir da interação é que a gente traz a liberdade de trabalhar o outro, essa risada, a felicidade, o encontro, a percepção com o outro”, acrescenta.
Além dos benefícios para a formação dos estudantes, Andréa Rosane destaca os ganhos para os pacientes. “A gente leva aquele acalanto, aquele alento, na verdade, no sentido da interação. Naquele momento específico em que a gente está ali, aquele paciente se desliga um pouco do ambiente hospitalar, das doenças, do que está provocando aquilo ali e interage conosco”, complementa.
Cronograma
As atuais participantes do Brincarolando estão realizando uma formação sobre a figura do palhaço visitador, e, até concluírem, o grupo deve promover diversas atividades. “A gente atua em várias ações, como foi realizado agora o Maio Amarelo. Vamos ter inclusive uma ação em setembro junto com o São Marcos para trabalhar a segurança do paciente”, adianta Andréa.
Formação
A coordenadora de Enfermagem explica que o curso que as alunas estão fazendo não se limita apenas a “pintar o rosto e vestir uma roupa engraçada”. “Elas vão entender como podem interagir com o outro através do olhar”, completa. A professora ainda acrescenta que é preciso respeitar o espaço de cada paciente. “Temos que entender se o outro está presente e apto a receber. Nem todo mundo que está ali quer participar, então a gente também vai entender isso”, finaliza.