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“Pernambuco, meu país”: origem do feriado da Data Magna

A expressão remonta como o estado tentou ser independente diversas vezes, principalmente no dia 6 de março de 1817

às 15h23
Imagem/Reprodução: Brasil de Fato Pernambuco
Imagem/Reprodução: Brasil de Fato Pernambuco
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Comemorou-se, no dia 6 de março, o feriado da Data Magna de Pernambuco. Instituído, desde 2017, pela Assembleia Legislativa de Pernambuco, a data é um marco histórico pois remonta aos dias que antecederam a Revolução Pernambucana de 1817, evento que destaca-se como um símbolo da luta pela liberdade e autonomia da região do domínio português.

“Nosso povo conquistou muito mais do que apenas um feriado; ganhamos a oportunidade de reverenciar um passado insurgente que ainda hoje é marca registrada de nosso estado”, afirma Mário Gouveia, Coordenador de Pesquisa e Extensão da Unit-PE. 

Essa revolução, que foi uma das primeiras manifestações de independência no Brasil, iniciou quando o capitão José de Barros Lima, o “leão coroado”, resistiu à voz de prisão diante da acusação de estar envolvido em conspirações contra o governo. Neste ato, acabou assassinando o militar português Manoel Joaquim Barbosa.

“Isso representou o estopim da rebelião, que rapidamente ganhou adeptos entre a elite local, militares, comerciantes e padres, e forçou o então governador da capitania a fugir para o Rio de Janeiro. Os rebeldes assumiram o poder na capitania e instalaram um governo provisório, que defendia a proclamação de uma República; o estabelecimento de uma Constituição com a instituição dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário; o fim dos altos impostos cobrados pela coroa portuguesa; liberdade de imprensa e de culto; e a manutenção do trabalho escravo”, explica Mário. 

A partir disso, evidenciaram-se as contradições entre os revolucionários, que pregavam igualdade e liberdade, mas não se posicionaram contra a mão-de-obra compulsória. Diante da natural divisão entre os revoltosos, que manifestavam interesses diversos, e a contraofensiva das tropas legalistas, a Revolução Pernambucana durou 75 dias. Todos os líderes revolucionários foram presos e condenados à morte.

Mário ainda explica que, apesar do pouco tempo de existência, esse movimento ultrapassou a fase conspiratória e alcançou a tomada de poder: “Pernambuco tornou-se independente, formando um novo país, dotado de leis próprias, forças armadas e até de bandeira. Esta, aliás, com poucas modificações, segue sendo o estandarte que representa o nosso estado”.

Esse ato histórico é um dos grandes contextos que motivam, hoje em dia, a tão conhecida expressão “Pernambuco, meu país”, como forma de demonstrar nosso forte sentimento de orgulho e pertencimento a este magnífico território.

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