De acordo com dados de 2018 do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), apenas 12% da população brasileira entre 15 e 64 anos de idade tem um nível de alfabetização considerado proficiente. Por outro lado, a parcela da população completamente analfabeta fica em 8%. Ou seja, a maior parte dos brasileiros é considerada analfabeta funcional. Isso significa que essas pessoas têm — em diferentes níveis — a capacidade de ler, escrever e utilizar operações matemáticas básicas, mas têm dificuldade em utilizar essas habilidades no dia a dia.
O Inaf também faz uma divisão entre os níveis de analfabetismo funcional: rudimentar (22%), elementar (34%) e intermediário (25%), do mais próximo do analfabetismo ao mais proficiente. Essas pessoas, a depender do grau, conseguem apenas ler e escrever palavras do seu cotidiano ou reconhecer números de telefone, por exemplo; outras conseguem identificar informações e fazer inferências a partir de textos, ou até realizar operações matemáticas com porcentagens.
Ainda segundo o Inaf, 74% da população considerada elementar têm mais de 25 anos, ou seja, não estão mais em idade escolar. Além disso, 51% dos brasileiros em nível elementar não chegam ao ensino médio e apenas 13% ingressam no ensino superior. O Inaf também indica que esses dados revelam uma necessidade de maior qualificação dessas pessoas para o mercado de trabalho.
O Inaf também sustenta que não basta apenas ir à escola. Isso porque analfabetos funcionais frequentam, ou frequentaram em algum momento, alguma instituição de ensino e aprenderam a decodificar palavras (ler e escrever). Mesmo assim, dos brasileiros que atingiram o nível intermediário, apenas 7% cursaram o ensino fundamental. Já dentre aqueles que têm ensino superior, 37% estão no intermediário, 25% (um quarto) no elementar e 4% ainda estão no rudimentar.