Os prédios do tipo caixão são edificações em que a própria alvenaria tem a função estrutural, em vez de concreto armado, ou seja, em que as próprias paredes sustentam a estrutura, sem o uso de vigas ou pilares. O termo “caixão” é uma referência ao formato de caixa desses edifícios.
De acordo com o professor e doutor de Engenharia Civil da Unit-PE, João Ricardo, esse tipo de construção é proibido no Grande Recife desde 2005, justamente devido ao alto índice de desabamentos. “Problemas relacionados à queda estão muito atrelados, por exemplo, à modificação da estrutura e a falta de manutenção. A parede, por já resistir à carga, não suporta modificações, como retirada de paredes para unificação de ambientes, abertura para novas janelas e ar-condicionados, e isso tudo gera desestabilização no ambiente”, complementa o especialista.
Com mais de 20 mortes por desmoronamento de edifícios apenas em 2023, Pernambuco possui longo histórico de prédios-caixão desabados desde a década de 90. Em julho deste ano, um prédio de um conjunto residencial desabou e deixou cerca de 14 mortos e outros feridos, em Paulista. Alguns dias após essa fatalidade, no bairro do Pina, parte de outro prédio comercial também desmoronou, mas, felizmente, não houve vítimas.
Para João, é muito importante entender os sinais que indicam que a estrutura apresenta problemas que antecedem a queda, que podem ser: a identificação de estalos, a dificuldade de abertura e fechamento de janelas e portas e entre outros. “Por isso, é muito importante a realização de laudos por profissionais especializados, para que um diagnóstico seja gerado, ou seja, para que se verifique a real condição de determinada estrutura. Os laudos confeccionados devem dizer o nível de gravidade para saber se deve continuar com moradia ou não”, finaliza.
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