Em um casarão histórico na Praça Joaquim Nabuco, no bairro de Santo Antônio, centro do Recife, fica o mais antigo restaurante em funcionamento do Brasil. Construído em 1882, ainda no governo de Dom Pedro II, já recebeu importantes personalidades, que acabaram dando nomes a alguns pratos da casa, como o Filé à Chateaubriand e o Medalhões à Gilberto Freyre. Alguns presidentes já passaram pelas mesas do Leite, como Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e Fernando Henrique Cardoso, e também intelectuais como Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir.
O restaurante, fundado no final do século XIX (em um clima de abolicionismo e anseios federalistas) pelo português Armando Manoel Leite, recebeu originalmente o nome de Restaurante Manoel Leite. Inaugurado primeiramente na Rua do Sol, perto da famosa Ponte de Ferro, rapidamente se tornou um dos pontos mais badalados do centro do Recife, frequentado por personalidades, geralmente em algum pós-festa.
O espaço foi ficando pequeno e o restaurante teve que ser transferido para os números 147, 153 e por fim 159 da Praça da Concórdia, atual Praça Joaquim Nabuco, ainda perto do endereço inicial. De lá até hoje, o Leite passou por três grandes reformas e três diferentes controles administrativos, mas mantém seu ar aristocrático e a tradição de ser um ponto turístico da alta sociedade pernambucana.
Atualmente, os pratos mais conhecidos do Leite são o Bacalhau à Amadeu Dias, que traz um lombo de peixe grelhado no azeite com cebola, alho, azeitonas, pimentão e batata cozida. O Bacalhau Espiritual e o Filé ao Reino também se destacam no menu no restaurante, assim como o bolinho de bacalhau com arroz de tomate e a panqueca de camarão. Dentre as sobremesas, recebe destaque a famosa cartola, um prato típico do estado de Pernambuco, feito com banana assada coberta com uma grossa camada de queijo manteiga e polvilhada com açúcar e canela.