A pesquisa clínica é um tipo de estudo realizado com pacientes com a intenção de avaliar a eficácia e os riscos de determinado procedimento médico, como novos medicamentos, vacinas ou procedimentos cirúrgicos, por exemplo. Através desse tipo de pesquisa, cientistas são capazes de desenvolver novos métodos para prevenir ou tratar doenças, resultando em avanços na medicina. Todos os procedimentos médicos existentes hoje já passaram um dia por pesquisas clínicas, para que pudessem ser considerados eficientes e seguros.
Esses estudos são feitos sempre por voluntários e são regidos por protocolos científicos e regulamentações. Uma pesquisa clínica deve cumprir alguns requisitos para poder ser realizada, como randomização (um tipo de sorteio para definir em qual grupo de estudo um paciente será adicionado). E, como todo estudo científico, principalmente os que lidam com seres humanos, devem ser submetidos à avaliação de um Comitê de Ética antes de ser executado.
Esse processo, no entanto, nem sempre foi assim. A pesquisa clínica já existe há muito tempo, mas nem sempre foi legalizada, já que não existia nenhuma regulamentação para a sua prática. Durante a Segunda Guerra Mundial, por exemplo, cientistas nazistas realizavam procedimentos desumanos em prisioneiros de campos de concentração, os quais acabavam causando danos irreversíveis à saúde dessas pessoas, ou as levavam à morte. E devido às atrocidades cometidas nesse período, foi criado o Código de Nuremberg, em 1947, um marco para a regulamentação de pesquisas clínicas, assim como a Declaração de Helsinque (1964).
No Brasil, as primeiras normas foram criadas em 1988 pelo Conselho Nacional de Saúde. O mesmo Conselho trouxe novas regras em 1996, resultando na Lei 196/96, que delimitou os preceitos éticos para a realização de pesquisas clínicas e criou os Comitês de Ética em Pesquisa (CEP) e a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP).