No primeiro dia do mês de junho é comemorado o Dia da Imprensa. A data faz referência ao início da circulação do Correio Braziliense, jornal fundado por Hipólito José da Costa. Porém, a história da imprensa no Brasil é bem mais antiga, surgindo junto com o país e ganhando força na época do Império, com registros de jornais do século 19.
“É sempre importante lembrar que a quantidade de alfabetizados nesse período não era grande, mesmo assim há registros de jornais com 3000 assinantes na cidade do Rio de Janeiro, a exemplo da Revista Ilustrada”, explica Thiago Modenesi, historiador e professor da Unit-PE. Além disso, o papel e a força da imprensa foram fundamentais em diversos momentos históricos, por exemplo, na luta pelo fim da escravidão ainda no Segundo Reinado, e, também, na época da ditadura militar, repleta de censura. “A imprensa buscou meios de tentar divulgar os excessos que eram ali cometidos. Jornais, como o Estado de São Paulo, publicavam poesias substituindo matérias que haviam sido censuradas, criando esse espaço como uma forma de protesto”, pontua.
Além disso, a presença da imprensa se torna fundamental quando se fala sobre registros históricos, pois, é possível resgatar uma memória mais fidedigna e conhecer momentos, cultura, mudanças e política de períodos que não vivemos. “A imprensa e os meios de comunicação livres e independentes, são fundamentais para qualquer democracia. Recentemente, o Brasil foi inserido entre os países do mundo que mais estavam perseguindo jornalistas e tendo uma relação pouco democrática com os meios de comunicação. É importante notar que os governos passam e o Brasil e a imprensa ficam, pois assim deve ser a democracia, e essa precisa de uma imprensa livre, democrática, plural e formadora de opinião”, defende o historiador.