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"A idade não é nenhum empecilho para estudar", afirmam alunos 50+ da Unit-PE

O etarismo é o preconceito causado por conta da idade e pode trazer prejuízos à saúde mental

às 14h03
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Se matricular em uma instituição de ensino superior faz parte dos objetivos de muitas pessoas e, apesar da crença de que isso só pode ser feito enquanto se é jovem, a realidade é que você pode estudar independente da idade. Recentemente, um caso de etarismo (quando as pessoas sofrem preconceito por conta da idade) em Bauru, interior de São Paulo, viralizou nas redes sociais, nele, três alunas do curso de Biomedicina gravaram um vídeo debochando de uma colega de turma com 45 anos de idade e chegaram a afirmar que ela não deveria estar matriculada e sim aposentada.

“O etarismo é algo que fere a pessoa mais velha que está ali, que não é necessariamente um idoso. Qualquer tipo de preconceito causa mal à saúde dos envolvidos, porque não tem coisa mais complexa do que a exclusão e o julgamento sem nenhum propósito, então vai afetar de algum modo”, explica Tatiany Melo, psicóloga e professora da Unit-PE. Ela ainda afirma que as consequências do etarismo podem causar transtornos psicológicos como depressão e ansiedade severa, consequentemente, no cenário da faculdade, desestimulando e prejudicando o rendimento dos estudantes. “O emocional afeta a parte da aprendizagem e, essa afetação, traz um prejuízo em todos os aspectos da vida, inclusive no rendimento nos estudos”, pontua.

Além dos estudos, o etarismo também pode estar presente no ambiente de trabalho, em locais destinados à prática de atividades físicas ou mesmo em conversas no dia a dia, quando a opinião de pessoas mais velhas é desconsiderada por conta da idade. A psicóloga defende que é importante que as vítimas de etarismo tenham cuidado para que o preconceito não afete o que eles programaram para a vida e, quando necessário, busquem ajuda com terapeutas e psicoterapeutas. “Se eu pudesse deixar uma mensagem para as pessoas que estão nesse processo e que, de certo modo, já sofreram ou temem sofrer etarismo, é que os grandes gênios da humanidade fizeram as maiores descobertas depois dos 40 anos. Não desista, afinal você tem grandes chances de ser um destaque na sua área pela sua experiência, tranquilidade e sabedoria que você já tem da vida lhe deu”, diz ela.

No curso de Psicologia do Centro Universitário Tiradentes, o aluno João Bosco, de 72 anos, conta que começou a estudar após acompanhar sua esposa na área, lendo livros e materiais que ela estudava. “Tanto ela quanto suas colegas e professores me instigaram a também estudar Psicologia. Eu resolvi estudar e fui muito bem recepcionado e acolhido na Unit desde o meu primeiro contato”, conta ele, que cursou Ciências Econômicas e, a partir dos 60 anos de idade, fez dois MBA’s. João afirma que a idade não é nenhum empecilho para estudar, a não ser por questões de saúde e ainda pensa em fazer uma pós-graduação em Neurociências.

Além dele, Sandrelly Lima, 51 anos, também está cursando Psicologia na Unit-PE. Ela conta que estudar é o seu “vício diário” e concorda que a idade não é nenhuma barreira para os estudos. Graduada em pedagogia, ela possui especializações em Neuropsicopedagogia e Gestão Escolar e, agora, pretende concluir o curso de psicologia.

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