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O impacto da superexposição a telas no desenvolvimento infantil

A alta exposição à tela pode causar atrasos nos domínios de linguagem e habilidade motora, fazendo a demanda nos consultórios de pediatria e psicologia clínica crescerem

às 16h42
A superexposição das crianças às telas de celulares ou computadores reduz a interação social e outras oportunidades de desenvolvimento (Tima Miroshnichenko/Pexels)
A superexposição das crianças às telas de celulares ou computadores reduz a interação social e outras oportunidades de desenvolvimento (Tima Miroshnichenko/Pexels)
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A infância se caracteriza por modificações tanto biológicas quanto psicossociais. São elas que permitem aos indivíduos a aquisição de domínios motores, competências afetivo-sociais e desenvolvimento cognitivo. É nessa faixa etária que o sistema nervoso central vive em constante transformação e, por isso, a superexposição a telas como celular, televisão e computadores podem ser nocivas à criança.

De acordo com a psicóloga clínica Roberta Lima, professora-doutora do curso de Psicologia do Centro Universitário Tiradentes (Unit Pernambuco), o tempo de exposição precoce à tela pode ser considerado um fator de risco em crianças, podendo causar obesidade, maior pressão arterial e problemas relacionados à saúde mental.

 “A superexposição reduz o tempo de interação social e familiar e favorece a exposição a conteúdos impróprios. Alguns autores associam a alta exposição à tela a atrasos nos domínios de linguagem e habilidade motora fina. Isto tem sido alvo de uma demanda crescente nos consultórios de pediatria e psicologia clínica”, explica ela.

Para Roberta, o ideal é que, durante as etapas de desenvolvimento, as crianças e os adolescentes devem ser estimulados a ter uma vida ao ar livre. “Recomenda-se que estas atividades sejam diárias por, no mínimo, uma hora, reservando um espaço na agenda para brincar, aprender e conviver com a – e na – natureza, como forma de se desenvolver com plena saúde física, mental, emocional e social. Os adultos devem ser companheiros de exploração e descobertas fortalecendo os vínculos de afeto entre pais e filhos, alimentando a curiosidade e a autonomia”, destaca.

A psicóloga clínica elenca orientações do que os pais ou as pessoas que cuidam das crianças devem fazer como antídoto ao vício de ficar em frente a aparelhos eletrônicos:

  •  Acrescentar na rotina diária, atividades que possam ser realizadas ao ar livre.
  • Procurar de alguma forma, participar dessa rotina também.
  • Trocar os jogos eletrônicos por jogos de tabuleiro, de cartas e/ou esportes.
  • Verificar o que estão assistindo, que tipo de jogo, quem são os participantes e se é adequado à idade.

“As dicas devem ser seguidas, principalmente, pelas crianças em desenvolvimento crítico que vai de 0 a 6 anos de idade. Nessa faixa o cérebro está sendo moldado e serão necessários, estímulos sempre novos para que elas absorvam, e se interessem no futuro a médio longo prazo por atividades para além dos recursos eletrônicos”, conclui Roberta. 

Asscom | Grupo Tiradentes

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