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“Varíola dos macacos” teve seu nome mudado para “mpox”

Mudança do nome da doença é recomendada pela Organização Mundial da Saúde, que busca evitar linguagens e atitudes que reforcem o racismo e a estigmatização de grupos

às 12h12
Amostras de sangue com o vírus monkeypox, agente causador da doença que, a partir de agora, é chamada pelo nome mpox (Adobe Stock)
Amostras de sangue com o vírus monkeypox, agente causador da doença que, a partir de agora, é chamada pelo nome mpox (Adobe Stock)
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) está recomendando a mudança do nome da doença que ficou conhecida como “varíola dos macacos”. A partir de agora, ela deve ser chamada pelo termo “mpox”, uma abreviação da expressão inglesa “monkeypox”, que será abolida da terminologia oficial. A adaptação das publicações e comunicados de saúde ao novo nome deverá durar cerca de um ano. 

Segundo o comunicado oficial da OMS, divulgado no último dia 28 de novembro, a mudança para mpox tem o objetivo de evitar a profusão de linguagens e atitudes que reforcem o racismo e a discriminação contra grupos, etnias, nações e culturas. “Quando o surto de varíola símia se expandiu no início deste ano, linguagem racista e estigmatizante online, em outros ambientes e em algumas comunidades foi observada e relatada à OMS. Em várias reuniões, públicas e privadas, vários indivíduos e países levantaram preocupações e pediram à OMS que propusesse uma maneira de mudar o nome”, diz a nota da entidade.

A consulta que se seguiu, com a participação de autoridades e especialistas em saúde de 45 países, concluiu que mpox seria o melhor termo, possível de ser utilizado em outros idiomas. A OMS informou que as traduções do novo nome “são geralmente discutidas em colaboração formal com as autoridades governamentais relevantes e as sociedades científicas relacionadas” e que todos devem seguir esta recomendação desde já, “para minimizar qualquer impacto negativo contínuo do nome atual e da adoção do novo nome”.

O nome mpox passará a ser usado na Classificação Internacional de Doenças (CID), já integrando a 11ª revisão do catálogo, que será lançada em 2023 pela OMS. A CID é o padrão global atual para dados de saúde, documentação clínica e agregação estatística.

A doença foi descoberta em 1958, quando o vírus monkeypox, da família Poxviridae, foi detectado em macacos nativos, mas ganhou o termo “varíola dos macacos” em 1970, quando o primeiro caso humano foi registrado na República do Congo. Em 2022, o agente causador se espalhou e provocou, até o início de novembro, mais de 79 mil casos da mpox em 110 países e territórios, o que levou a OMS a decretar emergência de saúde global. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, foram mais de 10 mil casos confirmados em todos os estados, com 13 mortes nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Maranhão. 

Como ela é transmitida

A mpox é transmitida pelo contato próximo ou íntimo com uma pessoa infectada e com lesões de pele, através de abraço, beijo, massagens, relações sexuais ou secreções respiratórias e corporais. A transmissão também ocorre por contato com objetos, tecidos (roupas, roupas de cama ou toalhas) e superfícies que foram utilizadas pela pessoa infectada. 

Os sintomas principais são, além das lesões de pele, o aparecimento de ínguas, febre, fraqueza, calafrios, dores no corpo e na cabeça. Caso a pessoa apresente algum destes sintomas, a orientação é de que ela procure uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ou Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para avaliação, além de evitar o contato próximo com outras pessoas.

Asscom | Grupo Tiradentes
com informações da OMS e Agência Brasil 

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