Às vezes, quando estamos com problemas ou preocupações, é comum que se use a referência de estar “arrancando os cabelos de tanta preocupação”. Isso, de fato, pode acontecer e é classificado como um transtorno: a tricotilomania, ação de arrancar os cabelos, vai muito além de problemas no dia a dia. Na verdade, as pessoas que a possuem sentem um desejo frequente e incontrolável de arrancar fios de cabelo e pelos, que podem ser da cabeça, cílios, braços, pernas, barba, sobrancelhas e outros.
Esse distúrbio psiquiátrico tem como característica uma sensação de tensão antes dos fios serem arrancados, seguido por um alívio e prazer imediato após a ação. Às vezes, os pacientes nem percebem o que estão fazendo, por exemplo, enquanto estão em atividades rotineiras como assistir televisão, acabam puxando os fios. Já em outros casos, existe uma espécie de ritual onde os fios ou áreas são previamente selecionados (fios brancos, por exemplo) e, além das mãos, são utilizados objetos que auxiliam a retirada dos mesmos.
Apesar de alguns pacientes sentirem vergonha ou receio de procurar ajuda, pode-se diagnosticar a tricotilomania através de uma avaliação clínica, onde se observa os sintomas apresentados pelo paciente – que, além de arrancar o fios, podem também apresentar falhas visíveis no corpo ou couro cabeludo, comportamentos como morder, mastigar ou engolir os fios, lesões nos locais que tiveram os pelos arrancados. O tratamento é feito com uma equipe multidisciplinar que inclui dermatologistas, psicólogos ou psiquiatras, observando caso a caso. Podem ser utilizados medicamentos antidepressivos e controladores de humor, terapias cognitivo-comportamentais e exercícios de relaxamento, além do incentivo a participar de grupos de apoio.