Campanha voltada para a conscientização e combate à sífilis congênita, o Outubro Verde traz à tona uma discussão importante sobre a condição, que preocupa pediatras por conta do aumento das taxas de transmissão vertical. Só este ano, foram registrados 11.263 casos da doença até junho, de acordo com o Ministério da Saúde.
A sífilis congênita é uma doença transmitida da mãe – que já tem a condição, tratada ou não – para o filho durante a gestação. Durante o pré-natal, a gestante precisa fazer o teste para detectar a sífilis, e, caso dê positivo, o tratamento da mulher e sua parceria sexual é iniciado.
Os bebês com sífilis congênita não apresentam sintomas assim que nascem, mas podem começar a manifestar nos primeiros três meses, durante ou após os dois anos de vida. A doença pode gerar sérias consequências, como abortamento espontâneo, parto prematuro, malformação do feto, surdez, cegueira, alterações ósseas, deficiência mental e morte ao nascer.
O diagnóstico é feito através da análise clínico-epidemiológica e exames laboratoriais e radiológicos da gestante, assim como físico do bebê. O tratamento é feito com medicação passada pelo médico, que geralmente é com penicilina cristalina ou procaína.
A sífilis congênita pode ser prevenida com o pré-natal realizado corretamente. A gestante precisa realizar o teste de detecção em três momentos: primeiro e terceiro trimestre de gestação e momento do parto ou em casos de aborto. O tratamento de quem for reagente e de sua parceria sexual é extremamente importante para evitar a reinfecção.
Já o bebê precisa passar por uma série de exames, como coleta de sangue, avaliação neurológica, audiológica e oftalmológica e raio-X de ossos, quando a mãe não trata a sífilis ou não tem o tratamento adequado.