ESTUDE NA UNIT
MENU

Pobreza chega a quase 20 milhões de pessoas nas metrópoles do país, segundo levantamento

Pesquisa do Boletim da Desigualdade revela situação preocupante

às 15h05
Pobreza chega a quase 20 milhões de pessoas no país
Pobreza chega a quase 20 milhões de pessoas no país
Compartilhe:

O Boletim – Desigualdade nas Metrópoles, publicado pelo Observatório das Metrópoles, em sua nona edição, revelou dados preocupantes no Brasil: entre 2014 e 2021, o percentual de pobreza subiu de 16% para 23,7%, ou seja, o número de pessoas que chegaram a este nível foi de 12,5 milhões para 19,8 milhões. Em sete anos, 7,2 milhões começaram a ter insegurança alimentar, descaso em suas moradias e renda insuficiente para viver. 

“Quando falamos de fome na perspectiva atual, é também pensar no futuro, uma possível condenação a algo que não é desejado, impedindo que as pessoas tenham boa saúde e educação, além de desenvolvimento de relações sociais, o que é necessário para construir uma nação”, pontuou Edgard Leonardo, economista e professor da Unit Pernambuco.

Pesquisa

O Boletim é realizado pela Pontifícia Universidade do Rio Grande do Sul (PUCRS), Observatório das Metrópoles e Rede de Observatórios da Dívida Social na América Latina (RedODSAL). Todos os dados foram coletados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), que é feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base na renda domiciliar per capita total – foram analisadas 22 áreas metropolitanas no Brasil.

De acordo com os valores de 2021, a linha de pobreza é R$ 465 per capita e a de extrema pobreza é de aproximadamente R$ 160 per capita. Também foi avaliado o coeficiente de Gini: quanto maior seu valor, maiores são as desigualdades de rendimentos – em 2014, o conjunto das metrópoles era de 0,538. Em 2019, 0,562, e em 2021, 0,565. 


“O coeficiente de Gini mede a distância entre aqueles mais ricos e os mais pobres. Mas aí tem um ponto importante: é preciso dar para aquele que está embaixo, a capacidade de saltar degraus nessa pirâmide, saindo da pobreza e da fome”, explicou Edgard Leonardo.

Causas

Um dos motivos para a situação atual no país e o aumento da desigualdade foi a pandemia da Covid-19. Entre o final de 2020 e o início de 2021, segundo os dados do Boletim, a taxa de pobreza aumentou de 19% para 24,7%, e a extrema pobreza foi de 4,1% para 6,7%. 

Além disso, para os coordenadores da pesquisa, as possíveis causas do aumento das taxas de pobreza se deram por uma maior desocupação entre 2014 e 2017, redução da atividade econômica do período, estagnação dos programas de transferência de renda em relação aos valores de corte e número de beneficiários, perda do poder de compra do salário mínimo e o aumento da inflação. 

Melhorias

Para melhorar a situação atual de pobreza, fome e miséria, o professor Edgard Leonardo explica que é necessário ação, paciência e vontade de desenvolvimento: “o fenômeno da pobreza é uma questão de longo prazo. Não resolveremos essa questão com ações imediatistas. A gente precisa combater a pobreza com ações de transferência de renda no primeiro momento”, enfatizou. 

O economista ainda dá mais detalhes do que precisa ser feito: “As políticas têm que ter prazo e elas precisam conduzir essa parcela da sociedade para que ela possa andar com suas próprias pernas. São ações de curto, médio e longo prazo. É preciso construir uma base, na educação e nos relacionamentos, para conseguir desenvolvimento”, explicou Edgard Leonardo.

Compartilhe: