As altas temperaturas marcadas nos termômetros da Europa, recentemente, chamaram a atenção de todo o planeta. São números históricos, que ultrapassaram os 40ºC em diversas cidades e chegaram a modificar o funcionamento de aeroportos e estações de trem – o Reino Unido, por exemplo, precisou suspender voos do Aeroporto de Luton após as temperaturas danificarem as pistas, além disso, teve a sua principal linha da Costa Leste suspensa por conta do calor extremo, que poderia expandir os trilhos e tornar o transporte inseguro.
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), órgão de ciência climática da ONU, explicou que aquele foi o período mais quente da história dos últimos 125 mil anos. Os efeitos do aquecimento global estão cada vez mais recorrentes e intensos, causando danos severos. “Com certeza o aquecimento global está relacionado às ondas de calor e outras alterações de temperatura do planeta. Por exemplo, os fatores relativos ao Efeito Estufa com a grande quantidade de CO2 na atmosfera, atrelados à grande emissão de combustíveis fósseis”, diz Carla Suelânia, mestre em Geografia e tutora da Unit-PE.
Além disso, a Europa está passando por um fenômeno chamado de sistema de alta pressão atmosférica. Esses sistemas se deslocam de acordo com a estação do ano, principalmente inverno e verão, como são dispersores de ar, não ocorre a formação de nuvens em seu centro. “Esse sistema de alta pressão vem persistindo na região, proporcionando um tempo seco, um céu com poucas nuvens e sem chuva. Devido a insistência dele, é causada uma área de bloqueio, ou seja, impedindo que as frentes frias cheguem até a Europa, consequentemente ocorre a elevação da temperatura”, afirma Carla.
O calor extremo também causou incêndios em diversos países da região e pode, a longo prazo, causar problemas à população. Os países europeus não possuem estrutura para aguentar o calor intenso, por exemplo, metrôs e ônibus não têm ar condicionado, além disso, a população é composta por um grande número de idosos, que não estão acostumados com o calor e mudanças drásticas de temperatura. No futuro, de acordo com Carla Suelânia, a população poderá sofrer com desidratação, insolação e, em alguns casos, a morte será inevitável. “São necessárias medidas urgentes, para que os danos e emissão de poluentes sejam reduzidos, visando o futuro do planeta”.