Para quem gosta de história, a casa-museu Magdalena e Gilberto Freyre é um ótimo ponto de visitação em Recife. Localizada no bairro de Apipucos, ela foi residência familiar do escritor, sociólogo e jornalista pernambucano Gilberto Freyre (1900-1987) por mais de 40 anos. Hoje, a construção reflete a importância da cultura e da preservação. O museu é uma construção colonial reconhecida como casa-grande original do século XIX. Nela, atualmente, é possível encontrar objetos e mobiliário da família Freyre, além de ter a famosa biblioteca do escritor, que abriga muitos livros – na verdade, eles estão em todos os cômodos, somando 40 mil exemplares -, quadros e também um boneco seu em sua posição preferida de leitura. Para os fãs de Gilberto Freyre, é uma ótima oportunidade para conhecer mais a intimidade e os gostos do também sociólogo – já para quem ainda não o conhece, é uma chance de analisar sobre arquitetura e interesses pessoais.
Reabertura – A casa-museu reabriu em maio deste ano após passar dois anos fechada para um projeto de restauro e conservação, organizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Após a restauração, 3 mil peças foram adicionadas ao acervo – incluindo fotografias da família, quadros, objetos de vestuário de Gilberto Freyre e leques da coleção pessoal de Maria Magdalena, esposa do escritor e matriarca.
Tudo isso foi adicionado a relíquias já existentes, como almofadas bordadas por Magdalena, quadros históricos e pratarias. Reformas também foram feitas no local: entre pinturas, revisão na rede elétrica e construção de rampas – com o intuito de prover maior acessibilidade -, as melhorias garantem maior conservação.
Gilberto Freyre – Gilberto Freyre foi um escritor, pintor, jornalista e sociólogo pernambucano, considerado uma das pessoas mais influentes do século XX. Ele ganhou diversos prêmios, como o Prêmio Aspen, que consagra “indivíduos notáveis por contribuições excepcionalmente valiosas para a cultura humana”, o Prêmio Jabuti de Literatura, o Prêmio de Excelência Literária da Academia Paulistana de Letras, medalhas de Portugal e da Espanha e a Ordem Nacional da Legião de Honra da França. Ainda foi honrado como imortal da Academia Pernambucana de Letras.
Seu primeiro e mais famoso livro é Casa-grande & senzala (1933). Nele, o escritor fala sobre as doutrinas racistas de branqueamento do Brasil, apresentando um amplo conhecimento de ciências sociais. Após sua morte, a casa se tornou museu no mesmo ano, surgindo assim a Fundação Gilberto Freyre, que tem como presidente seu neto Fernando Freyre Filho. O órgão abrange o Sítio Ecológico, o Memorial Gilberto Freyre, o Laboratório de Restauro e o Espaço Cultural – ele planeja preservar objetos, resgatar documentos e manter a memória do sociólogo viva.
Funcionamento – A casa-museu Maria Magdalena e Gilberto Freyre oferta visitação de segunda a sexta-feira, nos horários das 13h, 14h, 15h e 16h, com ingressos de R$ 15 (inteira) e R$ 7,50 (meia-entrada).
Sua localização é na Rua Dois Irmãos, 320, Apipucos. Para dúvidas e outras informações, os interessados podem entrar em contato com o número 3441-1733.