ESTUDE NA UNIT
MENU

Os gargalos e problemas que atrasam o desenvolvimento do Brasil

Segundo a OCDE, PIB do Brasil ficará em 1,1% ao ano entre 2020 e 2030 e 1,4% entre 2030 e 2060, o que compromete a qualidade de vida

às 23h44
O desenvolvimento social é um dos gargalos que impedem um crescimento mais rápido do padrão de vida dos brasileiros, como mostra a pesquisa da OCDE (Reprodução/iStock)
O desenvolvimento social é um dos gargalos que impedem um crescimento mais rápido do padrão de vida dos brasileiros, como mostra a pesquisa da OCDE (Reprodução/iStock)
Compartilhe:

Por 40 anos, o padrão de vida dos brasileiros ficará estagnado. A informação foi dada em um relatório apresentado no dia 19 de outubro deste ano pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Atualmente, ele corresponde a 23% do padrão observado nos EUA e a prospecção, após análise dos dados, é de chegue a 27% em 2060. Um aumento de apenas 4%.

O relatório aponta ainda, entre outros dados, uma queda de 0,2% na fatia da população ativa no mercado de trabalho nacional, além da taxa de ocupação do país que cairá 0,1% entre os anos de 2030 e 2060 e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro ficará em 1,1% ao ano entre 2020 e 2030 e 1,4% entre 2030 e 2060, o que compromete em grande escala a qualidade de vida das populações.

Esse quadro, segundo grande parte dos economistas, está condicionado a acontecer caso não haja reformas estruturais profundas no país. A própria OCDE diz que países emergentes, como os que fazem parte do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, Indonésia, China e África do Sul) podem aumentar o padrão de vida entre 30% a 50%, mas para isso serão necessárias mudanças estruturais imprescindíveis.

Uma delas, de acordo com o economista e professor Edgard Leonard Meira, do curso de Administração do Centro Universitário Tiradentes (Unit Pernambuco), é aumentar os investimentos no aumento da produtividade de todo o sistema econômico brasileiro. Ele cita que a principal demanda nesse sentido é a melhora do nível educacional da próxima geração, viável com investimentos em educação, “principalmente no Ensino Fundamental, gerando uma boa base de conhecimento em matemática, aprendizado de línguas, sobretudo português e inglês com qualidade, e ciências, que, associada ao ensino técnico focado no saber e saber fazer”. 

Edgard acrescenta que o segundo passo necessário para aumentar a produtividade é adotar mais tecnologias em nossos processos produtivos, o que, segundo ele, também passa pela educação e pela qualificação profissional. “Precisamos que os trabalhadores [e também os empreendedores] estejam aptos a adotar e utilizar novas tecnologias, em qualquer área que atuem, seja no campo [agronegócio], nas indústrias [mesmo as pequenas], ou na prestação de serviços. Pois a inovação tecnológica é condição sine qua non ao aumento da produtividade”, alega. 

Junto com a educação de qualidade, é preciso ainda a realização de ações conjuntas que abrangem governança, liberalização comercial nacional e mudanças no mercado de trabalho e nos sistemas de previdência. Neste último quesito, o objetivo é melhorar o sistema fiscal, já que o envelhecimento da população aumenta a pressão sobre os orçamentos governamentais. 

A melhoria destes gargalos certamente refletirá na redução de desigualdades sociais, que são outro fator de preocupação para os economistas. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), divulgado no último relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), realizado em dezembro de 2020 pela Organização das Nações Unidas (ONU), colocou o Brasil em 84° lugar no ranking que mede a saúde, a educação e o padrão de vida dos países ao redor do globo, cinco posições abaixo em relação a 2018, quando estava em 79º lugar. Em comparação com outros países da América Latina, o Brasil fica atrás de países como Chile, Argentina, Uruguai, Peru e Colômbia. 

Ambiente e estrutura

Quando se trata do meio ambiente, item também avaliado para o IDH, em decorrência do desmatamento e ações humanas de degradação ambiental, é possível que biomas como Amazônia se transformem em savanas, prejudicando não apenas o país, mas igualmente o planeta como um todo. As consequências da pandemia do novo coronavírus ainda não foram consideradas na análise do ranking mais recente de IDH dos países, mas espera-se que todos eles tenham uma queda no índice de desenvolvimento humano por conta das crises econômicas e sociais ocasionadas pela pandemia. 

Para o economista, o avanço em pautas ambientais caminha lado a lado com a necessidade de melhoria da infraestrutura de transportes, como rodovias; ferrovias e hidrovias. “Para isso nossa saída precisa ser as parcerias público-privadas, de modo bem formatado, pois estas carecem de segurança jurídica e estabilidade política, além das necessárias reformas administrativa e tributária. Certamente junto com outras medidas de desburocratização facilitariam em muito o ambiente de negócios extremamente complexo que temos no Brasil e dificulta a atração de investimentos produtivos”, finaliza Edgard. 

Asscom | Grupo Tiradentes

Compartilhe: