Escutar, conversar e ajudar o paciente a se avaliar e tomar suas próprias decisões são algumas das ações do psicólogo, em momentos de trabalho. “Nossa intenção é fazer com que o paciente identifique e tome posse de suas limitações e que a gente consiga fazer com que ele mude. A mudança tem que vir do paciente. O psicólogo é um mediador nesse caminho”, explica Giedra Marinho, psicóloga e professora da Unit-PE. Segundo ela, o papel desse profissional é conseguir alcançar evoluções no paciente, melhorando o convívio não só individual, mas também coletivo.
Essa renovação é gradativa e tem um percurso a ser feito. Não é da noite para o dia. Ainda mais quando ocorrem fatos no dia a dia que provocam impactos na maneira de pensar e agir. Que alteram a rotina, que tira a pessoa do curso. Como nesse período pandêmico, que afetou muita gente, provocou distanciamento, mortes e tantos outros aspectos. “Aumentaram muito os casos de ansiedade, depressão, transtornos obsessivos-compulsivos (TOC). Nos consultórios clínicos, a procura cresceu cerca de 300% para atendimentos. “Os psicólogos viraram profissionais de referência para dar apoio, acolher, escutar e orientar tantas pessoas. Nós também viramos da linha de frente na questão emocional, para dar suporte à população”, ressaltou Giedra.
Segundo ela, nunca se viu tanto o agravamento de situações como estas, no contexto pandêmico atual. Uma pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) – feita nos meses de maio, junho e julho de 2020 – revelou que 80% da população brasileira se tornou mais ansiosa e 68% mais depressiva na pandemia. É exatamente onde o profissional entra em cena para ajudar na resolução dos inúmeros distúrbios emocionais e comportamentais – ansiedade, depressão, dificuldade de aprendizagem, bipolaridade, esquizofrenia e vários outros. Para atender à demanda, o atendimento precisou ser remoto. “Tivemos que ir também para o on-line para conseguir dar conta”, explicou Giedra.
Diferentes papéis
Muita gente também não sabe é que o psicólogo não fica só dentro de um consultório. Existem trabalhos e casos que muita gente nem imagina que tem a participação dos profissionais, como em hospitais, escolas e agências: “tem uma área da psicologia, a penitenciária, em que o psicólogo atua nos presídios com os presidiários, e o papel dele é de extrema importância, já que o preso está precisando de um suporte para a ressocialização. Dentro do presídio, é possível desenvolver vários projetos. Tem o exemplo de um preso que estava estudando e conseguiu passar no ENEM e ele disse que a figura da psicóloga foi extremamente importante, já que ela o motivou e o fez acreditar que era possível. Muita gente nem imagina esse nosso papel”, contou.
Futuro
Os futuros profissionais da Psicologia – os estudantes da área – terão muitos desafios e atividades no futuro, já que a sociedade está sempre mudando, com diferentes evoluções. Observar o contexto social, se manter atualizado e pesquisar teorias são ações essenciais no processo. E a esperança de Giedra é que os alunos cresçam cada vez mais: “Os acadêmicos da Unit estão desenvolvendo vários projetos sociais e colocando muitas ideias em prática, como orientar pessoas com dúvidas em relação à carreira profissional. Isso é muito importante, já que estamos formando profissionais que são cidadãos. Estão ainda atuando com supervisão dos preceptores e entendem a importância do papel deles. Eu fico muito feliz com essa parceria e essa possibilidade de atendimento gratuito a essas pessoas que buscam orientação profissional e vocacional”, finalizou a psicóloga.