“De tudo que há no mundo, tem na feira de Caruaru”, já dizia na famosa música ‘A Feira do Caruaru’, de composição do pernambucano Onildo Almeida, que ficou conhecida na voz de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. O mercado é tão tradicional em Caruaru que os moradores nem sabem o que chegou primeiro – ele ou a cidade. A partir de sua importância, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), revalidou a Feira de Caruaru, em Pernambuco, como Patrimônio Cultural do Brasil.
Na 96° reunião extraordinária do Conselho Consultivo, a necessidade de manter viva a cultura, a tradição e a regionalidade fizeram o título permanecer vivo e existente em um local tão popular da cidade. Localizada no Parque 18 de maio e seu entorno, ela guarda encantos na arte, literatura, música, gastronomia e costumes.
Diversidade
A Feira de Caruaru não é apenas uma: ela junta vários segmentos em seus setores, carregando toda a sua importância e diversidade. Seu início é na Feira de Artesanato. Ela tem mais de 400 comerciantes, produzindo e vendendo itens como vasos, couro e brinquedos. Lá, também é possível degustar a gastronomia local: provar um bom sarapatel, carne de sol e bolos típicos.
A Feira Livre é a parte do comércio que vende de tudo: ingredientes diversos, a exemplo de frutas, verduras, erva e farinha – além do vestuário, explorado por meio da confecção de roupas, sapatos e acessórios.
A Feira dos Importados é a parte moderna e para quem busca moda. Ela tem várias roupas, sapatos e produtos eletrônicos, vindos de diferentes países. Por fim, a última área é a Feira da Sulanca, que vende em atacado para outras cidades. Ela era localizada na cidade de Santa Cruz do Capibaribe, a 56 km de Caruaru e se tornou muito popular desde a sua transferência. Antigamente, a chamada Feira do Gado era localizada também na região mas, devido à proporção que ganhou, foi transferida para as imediações do aeroporto da cidade. Lá, a comercialização dos animais é o foco, apresentando vários animais para abate ou criação, como cavalos, bodes, cabras e gado.
Revalidação
A cada dez anos, o Iphan decide quais bens definidos como Patrimônios Culturais continuarão com o título, conforme decreto n° 3.551/2000. O bem cultural específico é avaliado e investigado, levando em conta sua relevância para a sociedade e sua eficácia como transformador na sociedade. A Feira de Caruaru está inscrita no Livro de Registro dos Lugares desde 2006 e, devido à sua possibilidade de reinvenção e popularidade, ela continua como Patrimônio.
Importância do Título
Se tornar um elemento cultural é extremamente importante para a relevância histórica de uma região. A formação da cultura de uma população é essencial para manter viva a tradição de cada pessoa, cidade ou município: é daí que nasce a importância de ter o título de Patrimônio Cultural, pois ele irá guardar a identidade social e regional, transmitindo não só no presente, mas também para as gerações e sociedades futuras. É não ter medo de ser quem é, é não ter medo de apoiar as singularidades e, principalmente, não parar de usar e criar gírias, ações e roupas, e no caso da Feira, tornar o passeio viável e tradicional não só para os conterrâneos, mas para todo e qualquer brasileiro.