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Aromaterapia: a cura que vem do cheiro

Comprovada em diversas pesquisas e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a eficácia dos óleos essenciais teve aumento na procura, com o início da pandemia. Seja por pessoas que buscam saúde, imunidade e qualidade de vida ou ainda aquelas que querem cuidar do emocional, melhorar a respiração, reduzir a ansiedade, depressão e distúrbio de sono

às 19h20
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Terapia milenar originada das plantas, a aromaterapia é um tipo diferente de tratamento: ela remedia não só males físicos, mas também atua em aspectos mentais e emocionais. Hortelã, capim-limão, lavanda e eucalipto são alguns exemplos dos óleos essenciais adotados nessa técnica, que vem sendo utilizada há séculos e para diversos fins. Índios, faraós, europeus e outras inúmeras sociedades já contavam com ervas medicinais como tratamento.

Mas foi na pandemia que o uso da aromaterapia ganhou mais adesão, principalmente devido ao período de reclusão social, que levou muitas pessoas a quadros de depressão e ansiedade. O Brasil, por si só, lidera os casos desses males durante a pandemia, de acordo com pesquisa feita pela Universidade de São Paulo (USP). Dessa forma, os negócios que trabalham com a prática acabaram sendo beneficiados. “Na pandemia, deu um boom. Para mim, cresceu 400% no primeiro ano”, adiantou Ula Franco, fisioterapeuta e representante da empresa doTERRA. Com essa movimentação e a chegada de nossos consumidores, a expectativa para 2021 é de crescimento.

Segundo ela, essa busca intensa foi feita por pessoas que buscam saúde, imunidade e qualidade de vida. Muitos também querendo cuidar do emocional, melhorar a respiração, olfato, reduzir a ansiedade, depressão e distúrbio de sono. “É o único que tem certificado da Anvisa e certificado internacional”, garante a terapeuta integrativa, que está nesse segmento há quase três anos. 

Ula fez vários cursos de aromaterapia e é usuária assídua de óleos essenciais. “Sou muito feliz por ter encontrado esses óleos. Me encontrei e encontrei uma ferramenta que me ajudou muito na reabilitação de paciente”. A partir daí, ela passou a compartilhar essa experiência. 

Propriedades e uso

Cada óleo tem sua propriedade específica, que age de acordo com a planta de onde ele foi retirado e que transmite diferentes efeitos. O de lavanda, por exemplo, acalma. O de laranja é antioxidante. O de capim-limão estimula a criatividade e o de melaleuca é antiviral. O uso da aromaterapia se dá de diversas maneiras. Entre elas, inalação, massagem terapêutica – diretamente na pele -, como aromatizadores em ambiente e banhos.

“Eles são extraídos das plantas e esses compostos químicos entram em contato com as células humanas com várias cascatas de sinalizações, estimulando o bem-estar, também mexendo com a parte do sistema nervoso”, ressaltou Daniele Felix, professora de Habilidades Terapêuticas do curso de Medicina da Faculdade Tiradentes (FITS). 

Pesquisas

Várias pesquisas já foram feitas na área: somente na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), são mais de 413 análises sobre a eficácia e uso dos óleos essenciais no corpo. O Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional (Fofito)/FM-USP também publicou um estudo sobre a aromaterapia, comprovando que ela foi eficaz na diminuição dos níveis de irritação dos alunos de graduação da área da saúde, tendo reduzido em 24% e 11% os níveis de estresse e ansiedade, respectivamente.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) comprovou e certificou a aromaterapia como uma solução totalmente eficaz, fazendo muitas pessoas aderirem à prática. Ela também foi incluída às Medicinas Tradicionais e Complementares do Sistema Único de Saúde (SUS), em 2018, sendo uma forma oficial de tratamento em hospitais e postos de saúde desde então.

Efeitos

Segundo Daniele Felix, que também é farmacêutica, o tratamento age de forma científica comprovada. “Essa prática tem compostos químicos que melhoram diversos transtornos do organismo, no sistema gastrointestinal, neurológico e até durante o ciclo menstrual, promovendo o bem-estar. Os óleos já são estudados há muitos anos. Então, já temos evidências de que os usos deles realmente causam efeitos biológicos, que melhoram os sintomas dos pacientes que os usam e a OMS reconheceu isso através de estudos”, explicou Daniele.

Acompanhamento

Mesmo apresentando muitos benefícios, é preciso ficar atento. Da mesma forma que os medicamentos, os óleos essenciais podem causar alergia e outras reações. Por isso, a pesquisa sobre os possíveis efeitos colaterais e o acompanhamento de um profissional da saúde são essenciais antes do início do tratamento. “Os óleos também são substâncias e compostos, fazendo efeito mediante estímulos provocados na célula. A diferença é que os antibióticos, por exemplo, têm uma ou mais de uma substância isolada, com um mecanismo de ação já definido. Dessa forma, os riscos de efeitos não desejáveis na aromaterapia também podem acontecer, com reações no rim, no fígado e na pele também. Por isso, o uso tem que ter um acompanhamento especializado”, orientou Daniele.

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