Você mudaria de área se, em algum momento, não se identificasse mais com sua profissão e já tivesse estabilidade? Mesmo já tendo formação, especialização e trabalhando na área? De fato, muita gente ficaria com mil interrogações na cabeça e colocaria na balança benefícios e riscos dessa migração. Aconteceu com Amanda Moreira. Ela teve muitas dúvidas e incertezas. Mas ponderou e mudou completamente. Saiu de Enfermagem para Administração na Unit PE. Não foi fácil. Hoje, está no quinto período, com novas perspectivas e feliz.
“Já tinha o meu emprego, estabilidade, mas não estava feliz. Foi uma decisão difícil”, lembra Amanda. Ela disse que teve apoio do marido e, posteriormente, da mãe. “Esse apoio da minha família foi o que me deu coragem para recomeçar”, avalia Amanda.
O início
A vontade de ser enfermeira surgiu quando ainda estava no ensino médio. Com 17 anos, decidiu seguir carreira na área de saúde, devido à influência e inspiração da mãe, que é enfermeira. “Eu só me via trabalhando na área de saúde. Talvez eu me via tanto na minha mãe que, até na profissão, não me enxergava fazendo outra coisa”, contou Amanda.
Começou a cursar Enfermagem e percebeu que não estava mais gostando do curso. Ficou sem vontade de ir à faculdade ou participar dos eventos extra classe. Pensou em desistir, mas sua mãe a encorajou a seguir, pois ela poderia se identificar com outras especificidades do curso, com o passar do tempo. Ela concluiu, fez especialização e começou a trabalhar.
No último hospital em que atuou, trabalhou com educação continuada, ajudava o coordenador com demandas da coordenação do setor, a fazer escalas de trabalho, a solucionar problemas com funcionários, seleção e treinamento. Quando experimentou vivências como essas, percebeu que tinha outras afinidades. Queria era administrar setores, pessoas ou empresas. Essa experiência foi definitiva para sua decisão: refazer a vida profissional.
Pronto. Ingressou em Administração e os ares se renovaram. “Tinha vontade de ir às aulas todas às noites, fazer grupo de estudo, ir às palestras. Eu realmente me encontrei e me sinto feliz na administração”.
A gravidez
Durante a graduação, engravidou e passou por algumas complicações na gravidez. “Passei um ano e três meses desejando, sonhando engravidar. Nem pensei nas dificuldades que eu iria enfrentar”, ressalta. Por um tempo, também precisou utilizar cadeira de rodas para assistir às aulas. “O funcionário me levava até a sala. Quando meu marido ia me buscar, ele me levava na cadeira até o carro”. Um apoio que se estendeu à Unit, professores e alunos. “Eles foram uma peça fundamental na minha vida, durante toda a gestação na faculdade. Eles foram compreensivos, carinhosos e amigos. Sem eles, não teria conseguido”, completou.
“Hoje, sou muito grata. A experiência que eu tive como enfermeira e como estudante de Enfermagem me ajudou a ser a mãe, a mulher, a profissional que eu sou. Não perdi sete anos. Ganhei sete anos de conhecimento e experiência. Eu me orgulho de quem eu sou hoje”, completou.