O ensino superior no Brasil é composto por três pilares, conforme o Artigo 207 da Constituição Federal: ensino, pesquisa e extensão. Mesmo que os três devam estar sempre lado a lado, cada um tem a sua importância. No caso da extensão, os estudantes levam os aprendizados do ambiente acadêmico para a sociedade, colocando em prática o conhecimento científico. Assim, além de enriquecerem o currículo dos futuros profissionais, as atividades extensionistas também fortalecem a formação acadêmica dos alunos.
Segundo Mário Gouveia, gestor da Coordenação de Pesquisa e Extensão (COPEX) do Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE) — localizado na Imbiribeira, ao lado do Geraldão —, a extensão é um envolvimento necessário para os estudantes. Ou seja, os alunos de cursos de graduação devem se envolver com a sociedade, buscando aplicar aquilo que aprendem. “Isso faz com que tenhamos um profissional cidadão e comprometido com o desenvolvimento social da sua comunidade, do grupo ao qual pertence, da sua cidade, do seu estado. E isso certamente faz dele um profissional de excelência naquilo que deseja entregar”, complementa.
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Tornar públicos os projetos de extensão também é fundamental, para trazer mais conhecimento para o ambiente acadêmico, como também para que os estudantes tenham mais destaque. Na Unit-PE, existem eventos que têm essa finalidade, como a Semana de Extensão (SEMEX). A próxima edição do evento vai acontecer entre os dias 26 e 30 de maio, e os projetos devem ser submetidos até o dia 16.
Ligas Acadêmicas
Uma das principais atividades extensionistas são as Ligas Acadêmicas, grupos de estudantes que se aprofundam em algum tema específico, com atividades teóricas e práticas junto à sociedade. “Os membros desenvolvem habilidades de liderança, organização, trabalho em equipe e gestão de projetos, formando profissionais completos e engajados com a sociedade”, explica Mário. “A gente coloca a mão na massa e vive a experiência prática, o que é essencial para quem quer se destacar no mercado, para quem pensa em seguir para a residência, área acadêmica ou expandir horizontes”, comenta Maria Eduarda Fortaleza, aluna do 8º período do curso de Psicologia da Unit-PE e presidente da Liga Acadêmica de Psicologia (LAPSI).
Cuidado com mães atípicas
Mas, para além das Ligas, a Unit-PE conta com outras atividades extensionistas. Um exemplo é o projeto “Sorriso Cuidado”, idealizado por Yngrid Fernandes, aluna do 6º período do curso de Odontologia. Com o objetivo inicial de oferecer atendimentos odontológicos para mães de crianças atípicas, o projeto já atende mais de 30 mulheres, oferecendo serviços de outros cursos da Unit-PE, como Enfermagem, Fisioterapia, Psicologia e Direito. “Como mãe atípica, sei que é de extrema importância abordar esse tema e trazer visibilidade para essa comunidade, que muitas vezes é tão negligenciada e esquecida”, detalha Yngrid.
Projeto Rondon
Outra atividade de extensão importante desenvolvida na Unit-PE é o Projeto Rondon, ação interministerial coordenada pelo Ministério da Defesa que seleciona instituições de ensino superior de todo o Brasil. As instituições selecionadas enviam um grupo de alunos e professores para uma missão em alguma comunidade pelo país, a fim de promover ações de cidadania e oferecer serviços à população local. “O aluno se depara com o real, e o maior reconhecimento é a contribuição social deixada para essas pessoas e numa mão dupla, porque a comunidade também é ativa nesse processo”, ressalta Mário. A Unit-PE já foi selecionada duas vezes para participar do Projeto Rondon.