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Os impactos internos e externos da compra do Twitter 

Compra do controle da plataforma de mensagens Twitter é marcada por por uma série de polêmicas, que envolvem critérios de controle de conteúdos

às 11h20
O Twitter como centro de uma polêmica: novo dono promete garantir liberdade de expressão mais ampla aos usuários (Brett Jordan/Pexels)
O Twitter como centro de uma polêmica: novo dono promete garantir liberdade de expressão mais ampla aos usuários (Brett Jordan/Pexels)
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Após uma novela de negociações, idas e vindas que se arrastaram por sete meses e despertaram até uma briga na Justiça americana, consumou-se um dos maiores e mais polêmicos negócios que envolvem o mundo digital: a compra da rede social Twitter. No último dia 27 de outubro, foi anunciada a conclusão das negociações entre a empresa Meta, dona do Facebook, e o bilionário sul-africano Elon Musk, que passa agora a ser o novo dono da plataforma. O custo total da venda, segundo informações divulgadas pela agência Reuters, foi de US$ 44 bilhões (R$ 235 bilhões). 

“The bird is freed” (“O passarinho foi libertado”, em tradução livre), diz a mensagem escrita pelo próprio Musk em sua conta pessoal, ao anunciar a compra. A mensagem faz duas referências: ao símbolo do Twitter (um passarinho azul) e à ideia do novo proprietário de diminuir ao máximo as moderações e critérios de mensagens a serem publicadas, o que segundo ele, garantiria “liberdade de expressão mais ampla” aos usuários. 

Antes dessa mensagem, o bilionário publicou uma carta endereçada aos acionistas, explicando que decidiu comprar a plataforma porque acredita ser “importante para o futuro das pessoas ter um ambiente comum digital, onde as crenças possam ser debatidas de maneira saudável e sem violência”. 

Este objetivo de diminuir as moderações ao máximo foi comemorado por grupos políticos identificados com a direita e a extrema-direita, enquanto despertou críticas por parte dos grupos ligados à esquerda, além de especialistas em mídia, que exigem a imposição de regras legais de moderação para impedir o uso do Twitter para a divulgação de fake news e de discursos de ódio. Até a União Europeia entrou no debate, quando o comissário de Mercado Interno do bloco, Thierry Breton, deu o seguinte aviso: “Aqui na Europa, o pássaro vai voar sob as nossas regras”. 

Como não bastassem os conflitos externos, o Twitter enfrentou ainda uma grande turbulência interna com a mudança no comando. Assim que assumiu, Elon Musk demitiu 50% dos mais de 7.500 funcionários da plataforma em todo o mundo, alegando que a necessidade de cortar custos e mudar a cultura da empresa. Entre eles, alguns responsáveis pela moderação do conteúdo. 

Em seguida, o novo proprietário informou, em uma carta aos que ficaram, que eles deveriam trabalhar “longas horas em alta intensidade” ou se demitirem da empresa. Resultado: mais 1.200 colaboradores preferiram sair, o que levantou boatos de que o Twitter estaria perto de acabar e provocou a migração de usuários para outras plataformas de mensagens, como a indiana Koo. Mas, em mensagens mais recentes, Musk garantiu que a crise causada pelas saídas em massa será superada. “As melhores pessoas vão ficar. Não estou muito preocupado”, escreveu ele. 

Asscom | Grupo Tiradentes
com informações do UOL e da Bandnews FM

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