Com a chegada da pandemia, o mercado de trabalho sofreu uma série de mudanças, incluindo a flexibilização de local e horário. Além disso, muitos trabalhadores que ficaram desempregados tiveram que aprender novas habilidades para continuarem trabalhando. Esse movimento sinaliza uma exigência do mercado por flexibilidade e capacidade dos profissionais de transitar por áreas.
Uma pesquisa do site de empregos Indeed, feita com 132 CEOs de grandes empresas brasileiras, apontou que 95% dos entrevistados acreditam que a cultura do trabalho está se tornando cada vez menos centralizada e, para o pós-pandemia, será necessário que os profissionais desenvolvam habilidades de autogestão.
“O mercado de trabalho mudou, então cada vez mais as pessoas irão transitar por áreas distintas. Não necessariamente a profissão que a pessoa se formou será a que ela vai atuar, porque estão surgindo novas profissões, novas atividades. Então, o profissional atual terá que se profissionalizar por muito mais tempo”, disse a gerente do Unit Carreiras, Janaína Machado.
Neste contexto, até o conceito de aposentadoria mudou. Se de um lado estão as pessoas que nem pensam mais em aposentadoria, do outro estão aquelas que não podem mais se aposentar. “Os trabalhadores terão que se reinventar ao longo de sua trajetória profissional. E isso vai fazer com que as pessoas se capacitem em cursos que ainda nem existem para que possam atuar”, destacou ela.
Mesmo com as mudanças, a gerente frisa que os cursos universitários continuam sendo importantes porque através deles as pessoas adquirem conhecimentos técnicos e socioemocionais de grande valia para a atuação no mercado de trabalho. “Porém, não é porque a pessoa se formou em Engenharia de Produção, que ela vai atuar em uma fábrica. Ela pode trabalhar em outra área, utilizando todos esses processos e conhecimentos. O conhecimento que a pessoa adquire é importante para que possa atuar em diferentes áreas e mercados”, observou Janaína Machado.
A pesquisa do Indeed também aponta que além das mudanças no mercado de trabalho em si, os profissionais do futuro também precisam desenvolver algumas habilidades específicas. Ou seja: na visão de mais de 85% dos CEOs entrevistados, os papéis de trabalho também serão menos definidos no futuro e serão necessários profissionais flexíveis e capazes de se empenhar em projetos ou áreas diferentes, assim como profissionais capazes de trabalhar em grupos multidisciplinares.
Asscom | Grupo Tiradentes