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Entenda o que leva uma pessoa a acreditar nas fake news

As fake news se utilizam de personagens reais, mesclando fatos verídicos e não verídicos, com o objetivo de atingir a imagem de pessoas ou grupos.

às 12h47
 Em geral, os criadores de fake news se utilizam de elementos para que elas se pareçam com a verdade, e agem por motivos diversos (Charles Deluvio/Unsplash)
Em geral, os criadores de fake news se utilizam de elementos para que elas se pareçam com a verdade, e agem por motivos diversos (Charles Deluvio/Unsplash)
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Um assunto que vem sendo muito discutido e ganhando lugar nos meios de comunicação é o que leva as pessoas a acreditar em fake news. Cheias de desinformações, essa modalidade de notícias falsas ganhou corpo durante a pandemia de Covid-19, quando um grande volume de informações sem fontes começou a ser distribuído por meio de  aplicativos de mensagens e redes sociais. 

O professor Caio Alcântara, dos cursos de Comunicação Social da Universidade Tiradentes (Unit Sergipe), explica que as fake news podem ser entendidas enquanto narrativas fictícias, ou seja, a criação de uma história com base em personagens que criam  identificação com o leitor. Tais histórias, geralmente, mesclam fatos verídicos e não verídicos com o objetivo de atingir a imagem de pessoas ou grupos.

Caio cita dois motivos que tornam as fake news bastante perigosas para a sociedade: “Elas são intencionais, ou seja, não se cria sem que haja o intuito de atingir um objetivo, muitas vezes escuso, e elas trabalham no limite da verossimilhança. Isso significa que se utilizam de elementos absurdos que combinados, podem estar próximos de algo possível. Assim, elas conseguem convencer e mobilizar grupos, fortalecer discursos e destruir reputações, sendo um fenômeno com alto poder prejudicial”, diz.

Os motivos pelos quais uma pessoa produz uma fake news podem ser diversos, desde uma desavença política, até para promover determinado produto no mercado. “As pessoas criam essas notícias falsas por diversos e diferentes motivos, desde motivações pessoais até mobilização político partidária. É preciso lembrar que o fenômeno das fake news, numa leitura muito ampla, não é recente e ao longo da história foi utilizado em diferentes contextos”, afirma o professor.

A super conectividade das pessoas em redes sociais, como o Instagram, e aplicativos de mensagens, a exemplo do Whatsapp, ampliaram o alcance dessas desinformações. “Partindo do pressuposto de que a virtualização de atividades, proveniente da cultura digital, permitiu que as pessoas não somente tivessem mais acesso à informação, mas também pudessem produzir informação, fazendo com que todo mundo seja um influenciador em potencial. Neste sentido, ficou fácil expor opiniões, criar e espalhar narrativas e até mesmo prejudicar alguém com base em fake News”, destaca Alcântara. 

Nesse modo de produzir desinformação, muitas vezes se fala o que se quer ouvir, produzindo uma propagação quase que incontrolável. “Elas dizem aquilo que determinada pessoa, ou grupo, quer ouvir. Toda a lógica de funcionamento da internet e das redes sociais está baseada nessa busca por satisfação, algo muito hedonista. Por outro lado, pode ser porque ela desperta sentimentos instintivos, como a raiva e a autodefesa. Você precisa desmentir, contestar e nesse movimento acaba por dar mais destaque à informação que foi, inicialmente, divulgada”, explica. 

Como identificar

Ao ter contato com qualquer informação, deve ser sempre observado o meio de comunicação que gerou essa notícia e depois conferir se ela é ou não verdadeira. “As fake news dependem muito do emocional, o apelo é sempre para que você compartilhe com o máximo de urgência possível. A primeira dica é, portanto, ler. Sempre que receber alguma informação não compartilhe somente com o conteúdo de falas e títulos. Utilize o poder da própria internet. Antes de tomar algo como verdade, pesquise. Vá nos sites e buscadores, digite o conteúdo daquela informação e compare”, aconselha Caio. 

Para o professor, a educação é o caminho para fazer com que as pessoas sejam menos atingidas pelas fake news. “Acredito que o volume de pessoas que consomem esse tipo de informação ainda é grande, pois não tiveram uma formação para as mídias, para as leituras de mundo, para o consumo e a produção informacional. Assim, devemos formar as pessoas para ler a mídia, entender o processo noticioso, político e social”, finaliza.

Asscom | Grupo Tiradentes

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