Ter uma rede de apoio formada por amigos é essencial para desenvolver habilidades de socialização e tratar ou evitar problemas de saúde mental. O Brasil tem a maior população de ansiosos do mundo e o maior número de depressivos da América Latina, mas ter amigos próximos ajuda a contornar essas doenças. Rir juntos e sair com os amigos libera hormônios do prazer e evita o sentimento de solidão.
O ser humano é, por natureza, um animal social. Ou seja, todas as pessoas precisam ter vínculos afetivos profundos e duradouros ao longo da vida. Mesmo assim, ainda existem pessoas que sentem dificuldades em fazer amigos. O primeiro ambiente em que esse processo de socialização acontece é na família, mas, com o tempo, as amizades são formadas. É ainda na infância que se conquistam as primeiras amizades, o que vai se tornando mais difícil com a chegada da vida adulta. Quando se é criança, a criação desses laços é mais fácil pela maior quantidade de espaço de convivência, como a escola. Mesmo assim, adultos devem buscar manter as amizades mais antigas e até mesmo cultivar novas.
Bom para a saúde
Esse tipo de vínculo ajuda na criação de habilidades sociais, extremamente úteis no dia a dia, mas os momentos de descontração também fazem bem para a saúde mental. Segundo a Profª M.a. Giedra Marinho, do curso de Psicologia do Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE) — localizado na Imbiribeira, ao lado do Geraldão — a simples ação de rir traz alívio para todo o corpo. “Provocar situações que evoquem riso tem resultados comprovados, como modificação da postura, diminuição das dores de cabeça, da tensão em partes do corpo e de dores musculares relacionadas ao estresse e à ansiedade. Rir, do ponto de vista neuropsicológico, é um alívio da tensão e um resgate”, explica.
Quando estamos com alguém de quem gostamos, principalmente em momentos de diversão e descontração, o sistema de recompensa do cérebro é ativado. Isso porque, nesses momentos, o corpo libera hormônios do prazer, como endorfina e dopamina. Além disso, os níveis do cortisol, conhecido como hormônio do estresse, caem. Por isso, a convivência com os amigos cria vínculos que ajudam a evitar a solidão e a aumentar a sensação de bem-estar geral. Mas também, em momentos de tristeza, ter um amigo com quem desabafar ou se distrair ajuda a lidar com as emoções negativas, sem deixar que elas dominem o indivíduo.
Desafio para alguns
Por outro lado, fazer amigos pode ser mais difícil para algumas pessoas, como adultos ou pessoas tímidas. Na idade adulta, existem menos espaços de socialização e de descontração no dia a dia, principalmente com atividades profissionais que são realizadas em regime de home office. Já no caso da timidez, o indivíduo tem medo de socializar, por vários motivos. Quando a timidez é excessiva e prejudica o dia a dia, é preciso procurar terapia. “A terapia psicológica é fundamental para o indivíduo compreender o porquê daquela timidez e tentar contorná-la. O psicólogo pode elaborar dicas e estratégias para que o paciente consiga superar a timidez excessiva aos poucos. Mas tudo é feito por meio de pequenos passos, sem forçar”, detalha Giedra.