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O que é Psicologia Positiva?

Essa corrente de estudo preza pelo foco nos pontos positivos da vida

às 14h39
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”. Ou seja, o cuidado com a mente faz parte da construção desse quadro, e esse processo passa, inevitavelmente, pela felicidade. Pensando nisso, um campo de estudo denominado de Psicologia Positiva surgiu em 1990 com a proposta de dar uma maior atenção para os aspectos positivos das vidas dos pacientes. Fundada pelo psicólogo e pesquisador Martin Seligman, ela não propõe, no entanto, ignorar os problemas apresentados pelos indivíduos: as dificuldades devem sim ser tratadas, seguindo a Psicologia tradicional, mas deve-se direcionar o olhar também para aquilo que está dando certo. Giedra Marinho, professora de Psicologia do Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE) – localizado na Imbiribeira, ao lado do Geraldão – concorda que dar mais atenção aos aspectos negativos da vida do que aos positivos pode ser prejudicial. “Quando colocamos o foco nas questões negativas, temos uma tendência a um adoecimento emocional maior”, afirma.

De acordo com essa corrente de pensamento, a felicidade (também chamada de “bem-estar subjetivo”) não é um estado de espírito passageiro. Os estudiosos adeptos da Psicologia Positiva defendem que o bem-estar subjetivo não é a ausência de sentimentos negativos, mas sim a existência de emoções positivas. Giedra complementa que, ao longo da vida, todos têm questões positivas e negativas a enfrentar, mas ela alerta que sentimentos negativos não podem ser ignorados: “Pensamentos, ideias e questões negativas nunca devem ser suprimidos ou deixados de lado”. A psicóloga acrescenta que, ao se deparar com situações difíceis, o importante é ter resiliência e tentar ressignificar o acontecimento. “Resiliência é como eu resolvo as questões, como eu enfrento. E ressignificação é você dar um novo significado àquela situação, mudando o foco que se dá”, explica.

Mesmo que não exista uma fórmula pronta para alcançar a felicidade, Martin Seligman aponta cinco pilares para o bem-estar. Essas cinco bases se resumem no acrônimo em inglês PERMA: emoções positivas, engajamento, relacionamentos, significado e realização (positive emotions, engagement, relationships, meaning e accomplishment). O primeiro diz respeito à presença de sentimentos que geram bem-estar; o segundo trata de plenitude e concentração em realizar alguma atividade prazerosa; o terceiro é sobre cultivar relações positivas; o quarto, sobre o sentido que damos àquilo que fazemos; e o último diz respeito ao sentimento de satisfação com suas próprias realizações.

Benefícios no mercado de trabalho

As bases da Psicologia Positiva também podem ser bastante úteis no mercado de trabalho, para além da vida pessoal. Aplicando o PERMA, é possível que o trabalhador adote um ponto de vista mais otimista da sua função, principalmente se a própria empresa prezar pelo bem-estar dos funcionários. Um ambiente com boas relações entre colegas, sem estresse ou pressão por resultados, e com a sensação de que o seu trabalho tem um propósito importante pode fazer com que os indivíduos fiquem mais motivados e tenham um maior sentimento de realização. Tudo isso influencia o próprio bem-estar dos funcionários de maneira positiva, visto que podem expressar mais gratidão, que também é um dos princípios da Psicologia Positiva. Estudos indicam que praticar a gratidão pode ajudar no sono e na melhora do sistema imunológico (já que há redução do cortisol, o hormônio do estresse), além de contribuir para a adoção de outros hábitos saudáveis.

Giedra Marinho defende que a Psicologia Positiva tem evoluído bastante, inclusive na área organizacional, e que ela dá ferramentas para lidar com os momentos difíceis da vida e do trabalho. Além da aplicação do PERMA, a psicóloga destaca a importância de procurar psicoterapia e também investir na prática de exercícios físicos. “A atividade física melhora o desempenho em todas as áreas, porque diminui os níveis de neurotransmissores que nos deixam mais ansiosos, menos produtivos, e aumenta os neurotransmissores que nos deixam mais produtivos, mais tranquilos”, completa. A psicóloga ainda cita outras maneiras de melhorar o bem-estar e o desempenho no ambiente de trabalho, como uma boa alimentação, a prática de meditação e o desenvolvimento de bons relacionamentos com os colegas.

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