Consagrado como Patrimônio Cultural e Imaterial de Pernambuco em 2008, o bolo Souza Leão é um dos doces mais típicos e famosos do estado. O “rei dos bolos”, como é conhecido, tem uma textura macia, semelhante à de um pudim, e é item quase obrigatório nas festas de São João. Mas não existe época do ano certa: em qualquer período do ano, o Souza Leão é sempre muito bem-vindo.
A origem da receita carrega mistério. O que se sabe é que o bolo foi criado pela família Souza Leão, que era dona de engenhos durante o ciclo da cana-de-açúcar, mas a maneira como surgiu a iguaria deixa dúvidas. Segundo uma das teorias, a receita foi criada por dona Rita de Cássia Souza Leão, em um engenho em Jaboatão dos Guararapes. Ela teria utilizado ingredientes nacionais no lugar de importados e criado um legítimo bolo brasileiro.
Já a versão mais conhecida da história do rei dos bolos conta que ele foi servido para um Imperador. De acordo com essa explicação, a iguaria teria surgido no município de Moreno, em um engenho de mesmo nome, o qual também pertencia à família Souza Leão. O doce teria sido feito para recepcionar Dom Pedro II e a imperatriz Teresa Cristina, em uma visita feita pelos monarcas ao estado de Pernambuco no ano de 1849.
A receita sofreu algumas alterações ao longo do tempo. Uma delas foi a diminuição no número de gemas e na quantidade de manteiga. Na época em que o Souza Leão surgiu, estar alguns quilos acima do peso era sinal de riqueza para as senhoras de engenho, por isso, a alta quantidade de calorias do bolo, graças às suas 24 gemas e à manteiga, eram bem apreciadas. Hoje, são usadas entre 10 e 16 gemas, a depender do modo de preparo e do tamanho do bolo.